Pouco antes do fim do ano, indicadores financeiros já apontavam para a retomada, ainda que lenta, do comércio brasileiro nos últimos meses, quando os consumidores correm para fazer as típicas compras de final de ano.
Mesmo em ano de crise financeira, o Natal deste ano deve injetar na economia nacional mais de R$ 3,66 bilhões nas receitas do setor de varejo e provocar um aumento de 3,5% no volume de vendas em comparação com 2017, segundo relatório do indicador de vendas da Boa Vista. De acordo com o estudo, o crescimento é menor do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando os índices chegaram a 4,2%. Ainda assim, a perspectiva de vendas tem animado o empresariado que está ‘se virando nos 30’ para garantir o fechamento das contas no azul ainda em 2018.
Outro índice que tem empolgado o empresário é que segundo o estudo, 83% dos consumidores pretendem ir às compras no Natal. O percentual representa 119,3 milhões de pessoas, que devem movimentar, somente no varejo, mais de R$ 57 bilhões, valor que representa 32,3% das receitas do varejo de dezembro e 3,7% das receitas do varejo de todo o ano. Só em São Paulo, de acordo com estimativa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), as vendas devem aumentar quase 3% na capital.
Para o CEO da Contabilivre e consultor financeiro, Mauro Fontes, são sinais claros de retomada na confiança do empresariado brasileiro. Ele destaca que os números positivos são um alento depois de um ano difícil para o mercado nacional. “Mas é preciso que o empresário compreenda que esta é uma fase para investir e ganhar dinheiro”, explica o consultor.
O especialista explica, ainda, que é fundamental que o varejista faça um planejamento prévio. “O empresário precisa pensar ‘fora da caixa’ e ir além de simplesmente vender. Também é de suma importância que o comerciante esteja atento full time às finanças, fazendo o planejamento estratégico e levando tudo para a ponta do lápis. Só assim, será possível compreender e gerenciar as contas da forma adequada, mantendo a receita e ajudando a alavancar o faturamento, principalmente em um período do ano que muitos investem nas mais diversas formas de atrair o consumidor”, alerta ele.
Mauro destaca ainda que o início de ano é sempre um período difícil por conta dos impostos e contas a pagar, além das férias, que muitas vezes impacta o movimento do varejo. “Mas também é um momento de ajustar as metas, planejar novas estratégias de negócios e fazer adequações dentro do que é possível com o orçamento previsto”, explica Fontes.
O entrevistado:
Mauro Fontes, é formado em contabilidade e administração de empresas. Hoje, CEO da Contabilivre, ele é dono de uma habilidade ímpar em oferecer consultoria contábil e tributária para empresas de diferentes portes. Mauro também é palestrante e mentor na área de empreendedorismo e gestão financeira.