David Neeleman, presidente do conselho da Azul (BOV:AZUL4), disse em entrevista ao Valor que a empresa estuda a possibilidade de comprar a Avianca Brasil, que atualmente se encontra em meio a um processo de recuperação judicial, anunciado na última semana.
Para analistas do setor, uma eventual confirmação deste negócio pode ser positiva tanto para as empresas diretamente envolvidas como para a principal concorrente, a Gol.
Victor Mizusaki, do Bradesco BBI, acredita que a azul manterá sua disciplina financeira e só irá adquirir a Avianca brasil se a companhia concluir sua reestruturação financeira. Assim, o analista optou por manter recomendação de compra para a Azul.
Para o Morgan Stanley , “o melhor cenário para Gol e Latam é aquele em que a Avianca simplesmente feche”. Ainda assim, o banco acredita que a fusão entre as duas cias aéreas, Azul e Avianca, pode vir a ter aplicações relativamente favoráveis às duas concorrentes, uma vez que a Azul provavelmente reestruturaria a malha combinada para reduzir rotas sobrepostas (e o mercado passaria de 4 para 3 empresas).
Plano de recuperação judicial
Na última quinta-feira (13), a Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial encaminhado na segunda-feira (10) pela Avianca Brasil, quarta maior companhia aérea do país.
Em nota, a empresa disse que, “com o deferimento, suas operações e passageiros seguem preservados”, disse a empresa. A Avianca acumula dívida de R$ 493,8 milhões, segundo o jornal Valor Econômico. No segundo trimestre, registrou prejuízo de R$ 144,6 milhões.
Endividada, a Avianca vinha sendo acionada judicialmente pelo não pagamento do arrendamento de aeronaves. Em apenas um dos processos, foi acusada de deixar de pagar parcelas de 11 aeronaves.
Com o pedido de recuperação, a Avianca quis evitar que os aviões fossem retomados, o que, segundo a empresa, ameaçava a viagem de cerca de 77 mil passageiros em dezembro.
A empresa afirmar operar atualmente com 54 aeronaves e 5.500 funcionários.
O plano de recuperação judicial da aérea deve ser apresentado em 60 dias após a solicitação na Justiça. Posteriormente, os credores terão 150 dias para votar se aceitam ou não os termos impostos pela empresa. Caso o pedido seja recusado, a Avianca entra com pedido de falência.
*Com informações de Infomoney