A empresa de resseguros IRB Brasil RE (BOV:IRBR3) fechou o quarto trimestre do ano com um lucro líquido de R$ 373 milhões, 49,7% acima dos R$ 249 milhões do mesmo trimestre do ano passado. Com isso, a resseguradora fechou o ano com lucro de R$ 1,219 bilhão, 31,8% acima dos R$ 925 milhões do ano passado. O IRB é uma espécie de seguradora das seguradoras, assumindo para dos grandes riscos do mercado para diluir eventuais perdas do setor e antes era estatal. Com esse resultado, o IRB apresentou retorno de 40,1% sobre o patrimônio, 11 pontos percentuais acima do obtido no mesmo trimestre do ano passado. Já o retorno no ano ficou em 32,1%, 5 pontos percentuais a mais.
Dividendos de R$ 647,5 milhões
Ao longo do exercício de 2018, o Conselho de Administração da Companhia deliberou a distribuição do valor bruto de R$ 246,0 milhões a título de juros sobre o capital próprio a seus acionistas. Desse total, R$ 180,4 milhões foram antecipados em novembro de 2018. O Conselho de Administração da Companhia propôs ainda a distribuição adicional de R$ 647,5 milhões sob a forma de dividendos.
A distribuição total de dividendos e JCP proposta pela administração para o exercício de 2018 totalizou R$ 893,4 milhões, o que representa 75,0% do lucro líquido ajustado registrado no período. A proposta de destinação do resultado de 2018 será submetida à aprovação dos acionistas na AGO que deverá ser realizada no mês de março de 2019.
Prêmios emitidos crescem 34%
A empresa fechou o quarto trimestre com R$ 1,681 bilhões em prêmios emitidos (valores pagos pelos segurados), um crescimento de 34%. Desse total, R$ 978 milhões foram emitidos no Brasil, com crescimento de 38%, e R$ 703 milhões no exterior, com aumento de 28,9%.
No ano, o crescimento dos prêmios emitidos foi de 20,4%, para R$ 6,964 bilhões. Desse total, R$ 4,220 bilhões foram no Brasil, com aumento de 13,7%, e R$ 2,744 bilhões no exterior, com 32,4%.
O prêmio ganho pelo IRB no trimestre subiu R$ 1,428 bilhão, ou 43,9%, acumulando no ano R$ 4,797 bilhões, com aumento de 22,8%. Os sinistros retidos atingiram R$ 818 milhões no quarto trimestre, com aumento de 54,4%, acumulando em 2018 R$ 2,683 bilhões, aumento de 16,4%. O Índice de Sinistralidade, ou seja, dos casos em que a seguradora têm de pagar indenizações, subiu de 53,4% para 57,3% no último trimestre, mas caiu de 59% para 55,9% no acumulado do ano. O crescimento dos sinistros no trimestre foi atribuído pelo IRB ao crescimento do volume de prêmios e novos contratos.
Já o resultado financeira apresentou uma queda de 12,8% no quarto trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, por conta da queda dos juros básicos. No ano, a queda foi de 16,7%.
Segundo a empresa, o crescimento de 49,7% do lucro decorre do crescimento do prêmio emitido, do avanço no resultado operacional, mais que compensando a redução do resultado financeiro e da redução da alíquota de impostos efetiva no período.
A redução da alíquota efetiva, decorre (i) do Decreto Legislativo no 136 de 2018, que torna definitiva a tributação Brasil/Argentina a fim de evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal; (ii) da Instrução Normativa no 1520 de 2014, que dispõe sobre a tributação de lucros auferidos no exterior pelas pessoas jurídicas domiciliadas no país; (iii) do Decreto Lei no 73 de 1966, que permite a isenção tributária irrestrita de quaisquer impostos ou tributos federais nas operações de seguro rural, bem como dispõe sobre o Sistema Nacional de Seguros Privados, regula as operações de seguros e resseguros e dá outras providências; e (iv) da Lei no 9249 de 1995, que dispõe sobre a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas, bem como da contribuição social sobre o lucro líquido, e dá outras providências.