Os anúncios de fusões e aquisições, incluindo aquisições de controle, incorporações e vendas de participações minoritárias, somaram R$ 177,2 bilhões em 2018, volume 28% maior que o registrado no ano anterior, de R$ 138,4 bilhões. De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais- ANBMA, o número de operações foi ligeiramente menor: 140 no ano passado frente a 143 em 2017.
“Os resultados positivos de 2018 foram influenciados pela maior estabilidade no cenário macroeconômico. A maior clareza no ambiente econômico, relacionada à aprovação da reforma da previdência, deve favorecer o mercado de fusões e aquisições em 2019. As empresas estão se preparando para as oportunidades que podem surgir em um panorama potencialmente mais positivo”, afirma Dimas Megna, coordenador do Subcomitê de Fusões e Aquisições da ANBIMA.
As dez maiores operações do período representaram 70% do capital negociado em 2018. Essa participação é recorde desde 2014. Três delas movimentaram mais de R$ 10 bilhões. O destaque fica com a compra da Fibria pela Suzano, que alcançou R$ 47,7 bilhões, o maior montante dos últimos 10 anos. Na sequência, estão a aquisição da Oi por diversos bondholders (detentores de títulos de dívida da empresa), com volume de R$ 17,6 bilhões, e a compra da Nova Companhia da Embraer pela Boeing, por R$ 16,4 bilhões.
As transações entre empresas brasileiras representaram 43,2% de todo o volume negociado em 2018, participação superior à média dos últimos cinco anos (30,2%). Em relação às empresas estrangeiras comprando de empresas brasileiras, houve diminuição do capital asiático (de 23,2% em 2017 para 5,4% em 2018) e aumento da presença norte-americana (de 24,5% em 2017 para 38,0% em 2018). “O Brasil continua bastante atrativo para investidores internacionais”, afirma Dimas.
A aquisição de controle segue como a principal finalidade dos negócios, movimentando R$ 111 bilhões, seguida por incorporação (R$ 47,7 bilhões) e participação minoritária (R$ 12,8 bilhões). O ano de 2018 também registrou R$ 5,7 bilhões em operações de joint venture.
A maior parte do volume negociado no ano (26,9%) ficou com o setor de papel e celulose, que movimentou R$ 47,7 bilhões em apenas duas transações. Na sequência (11,6%), está energia elétrica, que somou R$ 20,6 bilhões e lidera em número de operações, com 20 negociações. Os setores de TI e telecomunicações, indústria e comércio, e alimentos e bebidas movimentaram R$ 19,5 bilhões (11%), R$ 18 bilhões (10,2%) e R$ 15,9 bilhões (9%), respectivamente.