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Acionistas da Gafisa aprovam Nelson Tanure no conselho e empresa terá aumento de capital

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A Assembleia Geral Extraordinária da Gafisa (BOV:GFSA3) realizada nesta segunda-feira (15) aprovou a chapa com o empresário Nelson Tanure para o conselho de administração da companhia.

O nome de Tanure, especialista em investir em empresas quebradas e assumir litígios, foi antecipado pela Folha.

Os acionistas da Gafisa também autorizaram uma primeira rodada de capitalização da empresa, com a emissão de ações até o limite regimental de pouco mais de 71 milhões de ações. Como a Gafisa já tem hoje 43,4 milhões de papéis em circulação, poderiam ser emitidas cerca de 26 milhões de ações.

O preço, que foi proposto pela Eleven Research, será apresentado para o conselho na tarde desta segunda e, se aprovado, pode ser divulgado ao fim do pregão. Essa primeira capitalização deve acontecer no decorrer de 30 dias.

Nelson Tanure e a gestora Planner Redwood –que, com a corretora Planner, detém 18,5% da companhia– devem subescrever.

“Nelson Tanure está firmemente empenhado na reestruturação dessa empresa”, disse Roberto Portella, presidente da Gafisa. Segundo ele, Tanure tem hoje 500 ações da incorporadora.

Não houve quórum na assembleia para aprovar, no entanto, a intenção do conselho de ampliar o teto para 120 milhões de ações.

Mas Portella disse que os acionistas presentes se demonstraram favoráveis à proposta e que ela será votada em assembleia daqui oito dias, sob qualquer quórum. Assim, um segundo aumento de capital poderia ocorrer em até 90 dias.

A empresa fechou 2018 com uma dívida total de R$ 889,4 milhões, sendo que R$ 348,4 milhões vencem já neste ano, e um prejuízo líquido de R$ 419,5 milhões.

Portella negou que Gafisa possa pedir recuperação judicial.

“Esse nome nunca foi cogitado dentro da administração e entre os sócios. Não temos nenhum plano que contemple essa hipótese. Temos passivos que não mereciam estar dentro do nosso balanço e isso não significa que não vamos contestar débitos. Mas a empresa não está insolvente, não está quebrada, tem patrimônio líquido positivo, está cumprindo contratos, fazendo obras e em vias de recuperar recursos”, afirmou.

A chapa aprovada para mandato que termina em 2021 tem outros nomes como Demian Fiocca, ex-presidente do BNDES. Mas sofreu duas baixas: Augusto Cruz, que chegou a assumir o conselho da Gafisa em recente transição de controle da empresa, e André de Almeida.

Almeida decidiu retirar seu nome conforme antecipou a coluna Painel S.A. Advogado, ele já representou Tanure no caso Oi e também a gestora GWI, que tomou o controle da Gafisa em 2018, o que poderia ser visto entre investidores como um conflito de interesses.

​Os acionistas deram aval ainda para a contratação de uma consultoria que deve auxiliar no planejamento estratégico de longo prazo da Gafisa e outra para fazer uma fotografia da empresa.

Em carta de convocação aos acionistas, Portella disse que a empresa passou por “um período de grande estresse no âmbito societário com efeitos dramáticos para uma Gafisa já operacionalmente fragilizada”.

Segundo o presidente da Gafisa, os problemas na companhia são fruto de “decisões estratégicas sem foco em retorno para os acionistas”, uma gestão “desestruturada e sem um norte” e da incapacidade de resposta “rápida e correta” à crise no setor imobiliário.

Portella assumiu após Ana Recart renunciar ao cargo, no fim de março, selando o fim de seis meses conturbados para a companhia sob o comando da GWI, do investidor sul-coreano Mu Hak You.

Mu é conhecido no mercado como “rei do termo” por sua estratégia arriscada de comprar ações a prazo e lucrar caso elas se valorizem.

Chegou a adquirir quase 50% dos papéis da Gafisa, mas, em meio a uma crise financeira e institucional na construtora, se viu pressionado para cobrir margens de garantia de suas posições alavancadas.

Fundos de investimentos representados pela administradora Planner adquiriram então participação relevante na Gafisa em fevereiro, após a GWI promover um leilão de quase 34% das ações da incorporadora, e convocaram a assembleia.

Os acionistas não aprovaram nesta segunda a suspensão dos direitos de acionista da GWI, o que foi cogitado porque a gestora não formulou uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) por ter atingido participação acionária relevante.

Como a GWI não tem mais nenhuma ação da Gafisa, o pedido de tornou inócuo. Mas os acionistas aprovaram que fosse feita uma varredura na temporada da gestora à frente de companhia, em busca de possíveis danos à empresa que pudessem resultar na solicitação de ressarcimentos.

A construtora tenta se recuperar após os meses turbulentos sob o comando da GWI, que foram somados à conjuntura ainda difícil para o setor da construção, duramente castigado pela recessão.

A gestão de Mu Hak You prometia uma ampla estratégia de recuperação do valor da companhia, com um dos principais pilares sendo a redução de custos. À frente da Gafisa a partir de setembro de 2018, a gestora cortou funcionários —incluindo do alto escalão da construtora—, suspendeu pagamentos a fornecedores e fechou abruptamente a filial no Rio de Janeiro. Em cargos-chave, colocou advogadas sem muita experiência na área, como Ana Recart.

As informações são da Folha de S. Paulo 

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