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Fundos de investimento estrangeiros vendem ações da Vale após desastre de Brumadinho

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A terceira maior administradora de investimentos da Alemanha, a Union Investment, vendeu todas as ações e títulos que detinha no grupo de mineração Vale (BOV:VALE3), depois do colapso da barragem de rejeitos em Brumadinho, em janeiro, que deixou mais de 220 mortos e mais de 70 pessoas desaparecidas.

O desastre da barragem de rejeitos na mina do Córrego do Feijão, em 25 de janeiro, em Minas Gerais, foi a segunda catástrofe do tipo envolvendo a Vale desde 2015.

As ações da Vale, que é a maior produtora mundial de minério de ferro, caíram em 25% no primeiro dia após a catástrofe, e o presidente-executivo Fabio Schvartsman renunciou ao posto temporariamente.

As ações recuperaram a maior parte do terreno perdido nos últimos meses, mas a empresa está sob pressão dos investidores por uma melhora do seu desempenho em termos de segurança.

A Igreja Anglicana vendeu sua participação na Vale, em valor de menos de £ 10 milhões (R$ 50,4 milhões), nos dias que se seguiram ao desastre, enquanto o conselho de ética da Suécia – que assessora diversos fundos de pensão naquele país – instou seus clientes no mês passado a abandonar seus investimentos, anunciando ter “perdido a confiança” na companhia.

Na sexta-feira, a Igreja Anglicana e o conselho ético da Suécia instaram todas as companhias mineradoras de capital aberto a revelar “todas as instalações individuais de rejeitos que tenham sob seu controle”.

O fundo de investimento petroleiro da Noruega, o maior fundo nacional de investimentos do planeta, que detém 1,1% da Vale, disse ao Financial Times que está dialogando com a empresa desde o desastre e que o conselho de ética da Noruega, que assessora o fundo petroleiro sobre vender ou não suas participações em determinadas empresas, estava investigando a Vale.

A Union Investment administra US$ 338 bilhões (R$ 1,3 trilhões) em ativos, e controla 15% do mercado de investimentos alemão. A companhia era pequena acionista da Vale, e em março decidiu vender seus títulos e ações.

“A Vale foi excluída de todos os produtos que temos sob administração ativa”, disse Henrik Pontzen, diretor de governança, questões ambientais e questões sociais na Union Investment.

Outra pessoa familiarizada com as discussões internas na Union Investment disse ao Financial Times que a decisão foi tomada depois de discussões com a Vale que levaram à conclusão de que a mineradora tinha “falhas estruturais significativas” e que não havia implementado “medidas suficientes” para prevenir catástrofes semelhantes.

A Allianz Global Investors, segunda maior administradora de ativos da Alemanha, disse ao Financial Times que havia reduzido sua exposição à Vale depois do desastre com uma barragem em 2015, e que havia deixado de ser acionista da Vale muito antes de janeiro.

Susana Penarrubia, diretora de integração social e ambiental e de governança na DWS, a maior administradora de investimentos da Alemanha, disse à agência de notícias Reuters que o colapso da barragem “é uma nova confirmação de nossa posição muito cautelosa quanto ao setor de mineração, em termos ambientais, sociais e de governança”, e acrescentou que a DWS já havia excluído a Vale de seus investimentos nessas áreas e revisaria as posições detidas na empresa em nome de clientes institucionais.

Os investidores estrangeiros passaram anos rejeitando a Vale, uma situação que só mudou quando a companhia mudou sua estrutura acionária, pouco antes da chegada de Schvartsman, na metade de 2017. Isso resultou na dissolução de um pacto entre acionistas controladores que estava em vigor há duas décadas.

Dois dos quatro fundos de pensão brasileiros que formam o grupo chamado Litel – o maior acionista da Vale, com 21% – não responderam a pedidos de comentários. Os outros dois se recusaram a comentar, assim como a Vale.

O banco nacional de desenvolvimento brasileiro, o BNDES, que detém 6,3% da companhia, se recusou a comentar. O banco Bradesco disse ao Financial Times que manteria sua participação de 5,7%.

No mês passado, a polícia e magistrados brasileiros se referiram, em documentos judiciais, a “provas” de que a Vale estava ciente de que a barragem que entrou em colapso apresentava forte risco de ruptura, e que a empresa exerceu “pressão” sobre os inspetores que a certificaram como segura.

Eles alertaram que a Vale poderia ficar sujeita a penalidades financeiras e também a “sanções mais drásticas, como a suspensão parcial ou proibição de suas atividades, ou mesmo a dissolução compulsória da companhia”.

Ricardo Salles, ministro do meio ambiente, disse ao Financial Times que “a maior responsabilidade cabe à companhia, sem dúvida”, acrescentando que a fiscalização de barragens deve ser melhorada, de modo geral.

A Vale anunciou esta semana que havia suspendido as operações em 10 de suas barragens no estado de Minas Gerais. A decisão se segue à adoção pelas autoridades de critérios novos e mais rigorosos para avaliar o nível de ameaça.

A carta da Igreja Anglicana solicitava que 683 companhias de mineração em todo o mundo revelassem suas instalações de rejeitos em prazo de 45 dias. “É essencial que os investidores tenham visão clara sobre que empresa controla que instalação de rejeitos, e sobre como essas instalações estão sendo administradas”, disse Adam Matthews, diretor de ética e engajamento do Conselho de Pensões da Igreja Anglicana. A carta recebeu apoio de 96 investidores, que têm US$ 10,3 trilhões (R$ 39,8 trilhões) em ativos sob administração.

As informações são da Folha de S. Paulo

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