O poder de mineração de bitcoin usado pela Bitmain para extrair suas próprias criptomoedas teve uma redução de 88%, conforme atualização de hashrate na terça-feira (07), em comparação dados anteriores.

A empresa, que é a maior mineradora do mundo, faz essa atualização uma vez por mês desde julho do ano passado.

De acordo com os dados, o hashrate caiu de 237.29 quadrilhões por segundo (PH/s) para apenas 2.072 PH/s, o que significa uma redução de cerca de 88%.

Como consequência, a participação da Bitmain no poder de computação total na rede do bitcoin também diminuiu de 4% para apenas 0,4%.

Segundo o Coindesk, considerando que todo o poder de hashing vem das AntMiners S9 — que são as máquinas mais utilizadas pela Bitmain — a empresa pode ter deixado de usar mais de 130.000 máquinas. Cada S9 é capaz de prover uma taxa 14 terahashes por segundo (TH/s).

A redução é notável, uma vez que muitos mineradores da China estão se preparando para aproveitar a energia hidroelétrica mais barata na próxima estação, que é o verão— a própria Bitmain também quer aproveitar o período.

De olho na eletricidade mais barata durante o verão, supostamente a empresa pretende pôr em atividade 200.000 Antminers para extração de criptomoedas. O valor do investimento, calculado em março, pode ser de US$ 80 milhões (cerca de R$ 300 milhões).

Contatada pela reportagem, um porta-voz da Bitmain não detalhou o que realmente levou a empresa a reduzir a taxa de hash.

No entanto, ele deu pistas de que são negócios, como compra e venda de hashes por terceiros. Ele tratou isso como uma ação natural.

À espera de energia barata

A aposta na energia elétrica mais barata que está por vir tem levado os mineradores de Bitcoin na China a comprar equipamentos usados.

As regiões mais desejadas estão especialmente no sudoeste de Sichuan e Yunnan. Nestas províncias, as usinas hidrelétricas geram uma quantidade significativa de eletricidade excedente no verão.

Por Wagner Riggs