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Fiscais agropecuários são alvo da PF na 4º fase da Operação Carne Fraca; ação da BRF pode sofrer

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A Polícia Federal, em cooperação com o Ministério Público Federal, deflagrou nesta terça-feira a 4ª fase da Operação Carne Fraca. Denominada de Romanos, a operação mobiliza cerca de 280 policiais federais, que cumprem 68 mandados de busca e apreensão em 9 estados: Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro. As medidas cautelares foram expedidas pela 1ª Vara Federal de Ponta Grossa/PR.

Segundo a PF, o inquérito tem como foco principal a apuração de crimes de corrupção passiva praticados por auditores fiscais agropecuários federais em diversos estados, em benefício de um grupo empresarial, que passou a atuar em colaboração espontânea com as autoridades públicas na investigação. O grupo, não citado pela PF, seria a BRF, alvo de ações anteriores.

Dinheiro, planos de saúde e até contratos fictícios

O grupo empresarial indicou que ao menos 60 auditores fiscais agropecuários teriam sido favorecidos com as vantagens indevidas. Há indicativos de que foram destinados R$ 19 milhões para os pagamentos indevidos. Os valores eram pagos em espécie, por meio do custeio de planos de saúde e até mesmo por contratos fictícios firmados com pessoas jurídicas que representavam o interesse dos fiscais.

A prática ilegal teria sido interrompida no ano de 2017, quando o grupo passou por uma reestruturação interna.

O nome da operação faz referência a diversas passagens bíblicas do Livro de Romanos, que tratam de confissão e justiça.

Impacto negativo na ação

Para a corretora Guide Investimentos, deve haver pressão negativa para as ações de BRF (BOV:BRFS3) hoje com a apuração. A primeira fase da Carne Fraca foi deflagrada em março de 2017 e desmantelou um esquema de pagamento de propina envolvendo funcionados no ministério agricultura e companhias como BRF e JBS.

A terceira fase aconteceu em março de 2018 e teve como alvo um esquema de fraudes descoberto na empresa BRF para burlar o Serviço de Inspeção Federal.

Contudo, observa a corretora, como a companhia está colaborando com as autoridades para apurar as investigações que aconteceram no passado, esperamos impacto reduzido para as operações da companhia no médio prazo. “Seguimos confiantes com a companhia que deve continuar a se beneficiar do momento positivo global para proteínas”, diz a Guide.

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