A Bolsa de Valores do Brasil, B3, em parceria com a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), a Central de Recebíveis (CERC) e a Central de Registros de Direitos Creditórios (CRDC), usarão a tecnologia blockchain para verificação de duplicatas do setor.
A Bolsa de Valores do Brasil, B3, em parceria com a Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), a Central de Recebíveis (CERC) e a Central de Registros de Direitos Creditórios (CRDC), usarão a tecnologia blockchain para verificação de duplicatas do setor para que o registro, hoje feito em diversas instituições, seja feito apenas uma vez, segundo informou o portal BlockNews.
Esta é a primeira vez que a B3 revela testes usando a tecnologia, embora desde 2016 a empresa venha estudando usos de DLT e, em 2017, tenha até mesmo cogitado lançar Futuros de Bitcoin.
De acordo com a reportagem, o sistema de duplicatas é um ‘caos’ e não possível saber se determinado documento está registrado em mais de uma empresa, desta forma, segundo a legislação atual, quem descontar a duplicata primeiro recebe o valor. Porém, segundo Aldo Chiavegatti, superintendente de infraestrutura do mercado da CIP, o que motivou o projeto é mais a questão da interoperabilidade do que as fraudes.
Os testes do novo sistema em blockchain, construído no DLT Corda, do Consórcio R3, devem começar em abril, porém, ainda é incerto se eles devem ocorrer devido as medidas que vem sendo tomadas para conter o avanço do Coronavírus no Brasil.
A reportagem destaca que, nos testes, cada instituição será um nó dentro da rede em blockchain construída para a aplicação e, desta forma, cada um poderá registrar as duplicatas que possui e, desta forma, todos os participantes da rede terão acesso as informações evitando registros em duplicidade e garantindo a interoperabilidade entre as instituições.
“Mas somos competidores, então podemos preservar os dados em casa e cada uma transmite o que as outras precisam ver”, disse Chiavegatti. Um banco de dados central tradicional teria mais brechas de segurança, completou Chiavegatti.
Embora o projeto tenha começado a ser debatido em 2018, somente neste ano ele ganhou corpo e ainda há questões de governança que estãos endo debatidas entre os participantes, “Governança é uma questão sensível desse tipo de projeto”, afirmou o executivo.
A aplicação seria parte integrante da Rede Blockchain do Sistema Financeiro Nacional (RBSFN), que engloba 11 instituições financeiras do Brasil e já possui pelo menos uma aplicação em pleno funcionamento, o DeviceID, que fornece uma camada ‘extra’ de segurança para validação de usuários em aplicativos de bancos no celular.
Além disso a RBSFN já tem pelo menos outras 4 aplicações usando a tecnologia blockchain que devem ser disponibilizadas ou testadas ainda este ano. Parte delas com o R3 e parte usando o Hyperledger.
Por Cassio Gusson