O Banco Central apontou nesta terça-feira que considerando as operações de crédito imobiliário contratadas antes de 2019, adimplemento e com taxas de juros acima de 10%, 570 mil contratos no sistema financeiro poderiam ser favorecidos direta ou indiretamente com a portabilidade, num total de 102,8 bilhões de reais.
O cálculo consta em boxe sobre o tema, divulgado antes do Relatório de Economia Bancária, que sairá na quinta-feira.
De acordo com o BC, 36 mil contratos imobiliários tiveram redução da taxa de juros em 2019, representando apenas 6,4% do universo potencial.
Esse número abarca tanto os processos em que houve portabilidade, com o tomador migrando o contrato de crédito imobiliário de um banco para outro, quanto renegociações de mercado, em que cliente e instituição acordaram uma redução das taxas sem o envolvimento de um banco concorrente.
Segundo o BC, foram 30 mil contratos com renegociação de juros sem mudança de instituição financeira (9,94 bilhões de reais) e outros 6 mil envolvendo portabilidade em 2019 (2,15 bilhões de reais).
“Os benefícios da portabilidade ainda atingem uma pequena fração do seu potencial”, disse a autoridade monetária.
“Se as taxas de mercado se mantiverem em patamares historicamente baixos, há ainda elevado potencial para ganhos com a portabilidade do crédito imobiliário.”
A mediana das novas taxas de juros em operações portadas em 2019 foi de 7,7% ao ano, queda de 2,99 pontos sobre a mediana das taxas originais dos contratos.