A JHSF Participações (BOV:JHSF3) se manifestou após as informações publicadas no jornal Valor sob o título “EY alertou JHSF sobre operações com controlador”, dizendo que até esta data, não tomou oficialmente ciência da suposta denúncia anônima veiculada pela mídia, seja diretamente por seus canais de relações com investidores, seja pela CVM.
Na reportagem consta que a JHSF Participações, da família Auriemo, tem sido alertada desde 2018 pela sua auditoria externa, a Ernst & Young, da existência de transações “não usuais ou complexas” que resultaram em “irregularidades” na empresa nos últimos anos.
Ainda de acordo com o jornal, na semana passada, dois gestores levantaram questionamentos com relação aos números da empresa e um investidor apresentou uma reclamação anônima à Comissão de Valores Mobiliários.
“A EY, empresa de auditoria independente desde 2017, emitiu pareceres sobre as Demonstrações Financeiras da companhia sem ressalva para os exercícios sociais findos em 31 de dezembro de 2017, 2018 e 2019”, afirmou a JHSF.
A companhia ressaltou que “está trabalhando na implementação de um plano eficaz de ação para aprimorar ainda mais seus controles internos e políticas corporativas para sanar as eventuais deficiências nas aprovações de transações com partes relacionadas e assegurar que os requerimentos estabelecidos no estatuto social e na política de alçadas de aprovações sejam atendidos e cumpridos”.
Em outro trecho do comunicado a JHSF afirmou: “destacamos que os pagamentos apontados pela EY como não tendo seguido os fluxos de aprovações da companhia foram realizados com base em operações societárias, obrigações e transações imobiliárias legítimas, respeitando o interesse da companhia e em condições de mercado, tendo sido revistos pelo comitê de auditoria estatutário da companhia e posteriormente aprovados pelo Conselho de Administração”.
No formulário de referência entregue pela JHSF à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 19 de agosto, a EY afirma que o controlador recebeu pagamentos da empresa, em transações sem o aval do conselho de administração ou da diretoria estatutária, nos casos em que era obrigatória a análise. Trata-se de compra e venda de terrenos de José Auriemo Neto, presidente do conselho, para a companhia.
Na nota que divulgou nesta segunda-feira (24), a JHSF informou que está trabalhando na implementação de um plano de ação para aprimorar ainda mais seus controles internos e políticas corporativas, de modo a sanar eventuais deficiências nas aprovações de transações com partes relacionadas e assegurar que os requerimentos estabelecidos no estatuto sejam atendidos e cumpridos.
“Desde o recebimento da avaliação da EY, a companhia reforçou seus controles para obter aprovações de transações com partes relacionadas antes da respectiva efetivação, observando as alçadas do conselho de administração e da diretoria, conforme previsto no estatuto social e na sua política para transações com partes relacionadas”, diz trecho do relatório.
A nota diz ainda que a companhia, nas últimas semanas, observou movimentações atípicas com suas ações e manteve contatos com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e com a B3 sobre operações que possam, artificialmente, gerar impactos em suas ações.