Marfrig teve lucro líquido de R$ 1,59 bilhão no segundo trimestre, um desempenho recorde e mais de 17 vezes superior aos R$ 87 milhões obtidos no 1T19. A companhia atribuiu à melhora no desempenho operacional e firme demanda da China.
A margem Ebitda ajustada do negócio da Marfrig nos EUA atingiu níveis sem precedentes. No segundo trimestre, o Ebitda da National Beef cresceu 170,4% ante igual intervalo do ano passado, atingindo US$ 631 milhões. A margem Ebitda chegou a 23,7%, alta de 13,2 pontos.
Segundo Klein, o Ebitda já inclui despesas de mais de US$ 50 milhões em medidas contra a covid-19, o que inclui bônus para desestimular o absenteísmo e investimentos em segurança. No terceiro trimestre, esses gastos devem cair para cerca de US$ 20 milhões. No segundo semestre, acrescentou ele, a margem deve voltar para patamares normais – a produção de carne já foi regularizada.
Na América do Sul, a rentabilidade também foi positiva, com margem Ebitda de 13,9%, avanço de 10,6 pontos. O resultado da região foi puxado pelas vendas à China e Hong Kong, que absorvem 68% das exportações de carne bovina da empresa.
Com o bom resultado operacional, o grupo gerou mais de R$ 3 bilhões em caixa e reduziu o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) de 3,56 vezes em março para 2,07 vezes em junho.
Nas operações americanas, o câmbio ajudou a impulsionar a receita em reais – R$ 14,4 bilhões, aumento de 64,6%. No entanto, as vendas também aumentaram em dólar. Entre abril e junho, a receita líquida da National Beef chegou a US$ 2,7 bilhões, alta de 19,3% na comparação anual. De acordo com o executivo Tim Klein, responsável pelas operações da Marfrig nos Estados Unidos, a companhia conseguiu um dos melhores desempenhos do setor.
Quando comparada ao resultado de concorrentes como a americana Tyson Foods, que divulgou recentemente o balanço do período, a estratégia adotada pela Marfrig de segurar as vendas mostra o êxito. Entre abril e junho, a receita do negócio de carne bovina da Tyson recuou 11,5%, enquanto o volume caiu 23,8%. No caso da Marfrig, a operação americana teve aumento da receita e redução de volume de 7%, abaixo da concorrência.
De acordo com Klein, a paralisação de frigoríficos por causa da covid-19 e o maior nível de absenteísmo provocado pela doença acabou se refletindo positivamente sobre a margem. De um lado, o preço do gado na região de Kansas, onde ficam os principais abatedouros do grupo, recuaram 9%. Do outro lado, o preço da carne bovina aumentou.
Fonte Valor