SLC Agrícola registrou queda de 7,5% em seu lucro líquido no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2019, para R$ 196,1 milhões. A companhia afirmou que a retração refletiu a “dinâmica” de contabilização de ativos biológicos, depois de um primeiro trimestre turbinado pela valorização da soja e inflada pelo câmbio.
A geração de caixa livre foi positiva no trimestre em R$ 56,5 milhões, ante geração de caixa negativa de R$ 137,4 milhões em igual período do ano passado.
Com o pagamento de R$ 73,7 milhões em dividendos em maio, a dívida líquida teve leve aumento em relação à posição do primeiro trimestre, para R$ 1,46 milhões. A dívida líquida foi impactada principalmente pelo aumento na necessidade de capital de giro, afirmou a companhia, em razão do volume de pagamentos dos insumos agrícolas da safra 2019/20.
Teleconferência
A SLC Agrícola, uma das maiores produtoras de grãos do país, vai direcionar os investimentos para o arrendamento de terras maduras, deixando de lado as compras de terras em novas fronteiras agrícolas.
“Vamos fechar um ciclo iniciado em 2007 de expansão e transformação de terras. Este será o último ano de expansão de terras novas. Não vamos mais comprar áreas não desenvolvidas e vamos focar nas já desenvolvidas nos próximos anos”, disse o presidente da companhia, Aurélio Pavinato em teleconferência com analistas nesta sexta-feira (14).
O executivo manteve a projeção de aumento de área de 20 mil a 30 mil hectares por ano, que se dará por meio de arrendamento. Segundo ele, a aquisição de terras é alternativa, mas não é o foco no momento.
“O cenário é favorável para crescimento e os juros baixos vão mudar toda a dinâmica do mercado em termos de potencial do produtor se financiar e de precificação dos ativos. O ativo terra vai subir muito de valor nos próximos anos com esse nível de taxa de juros. É um cenário promissor, mas que ao mesmo tempo exige cautela para não se empolgar e dar um passo em falso”, afirmou Pavinato.
Nesse cenário, o presidente da SLC destacou que não há necessidade de vender terras. “A gente vai aumentar o share de área arrendada. Hoje é 45%, mas podemos trabalhar no futuro com share menor de área própria e maior de arrendada”.