A BR Distribuidora (BOV:BRDT3), maior companhia de distribuição de combustíveis do Brasil, terá a maior meta de aquisição de créditos de descarbonização (CBio) do país em 2020, conforme estabeleceu nesta sexta-feira publicação da reguladora ANP.
A meta para a BR, na qual a Petrobras tem participação de 37,5%, foi estabelecida em 3,93 milhões de CBios (cada um equivale a uma tonelada de dióxido de carbono que deixa de ser emitido).
O objetivo total para todas as distribuidoras neste ano é de aquisição de 14,53 milhões de CBios, conforme número recentemente revisado pela metade em função dos impactos da pandemia de Covid-19.
Com a definição das metas –antes mesmo de a ANP divulgar os objetivos individuais– as negociações de CBios dispararam na semana de 16 e 22 de setembro, com as distribuidoras de combustíveis adquirindo 547,6 mil créditos, com preço por unidade variando entre 23,50 e 32 reais, conforme levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).
A associação representa usinas de etanol, as principais emissoras dos CBios, que também podem ser lançados por produtores de biodiesel.
A BR, na qual a Petrobras quer vender a fatia remanescente, é seguida pela Ipiranga, do grupo Ultrapar, com uma meta de 2,88 milhões de CBios em 2020.
Em terceiro, a Raízen Combustíveis (joint venture da Cosan com a Shell) teve meta de 2,6 milhões de CBios para adquirir até o final do ano.
A Alesat Combustíveis, na qual a Glencore adquiriu participação majoritária em 2018, aparece em quarto, com cerca de 498 mil CBios a serem adquiridos.
A ANP estabeleceu meta de 366,4 mil CBios para a Petróleo Sabbá. Já a Ciapetro Distribuidora teve fixado um objetivo de 258,5 mil créditos, enquanto a Atem´s Distribuidora terá de comprar 247,8 mil CBios.
Já Rodoil, na qual a multinacional Vitol detém participação, terá de comprar 176,8 mil CBios. A Total Distribuidora tem meta de 101,7 mil Cbios.
De acordo com a legislação, as metas globais anuais de descarbonização no âmbito da política nacional de biocombustíveis, o programa RenovaBio, são definidas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e as individuais pela ANP.
O cálculo das metas foi realizado conforme participação de mercado do distribuidor nas emissões totais oriundas de combustíveis fósseis.