A Braskem (BOV:BRKM5) informou que, após a alta da demanda, seus complexos petroquímicos voltaram a normalidade.

Com isso, a companhia superou 350 mil toneladas de resinas comercializadas no mês de agosto, recorde mensal histórico de vendas no Brasil.

O comunicado foi feito na noite desta quarta-feira (02).

“Por fim, a Braskem reforça o seu compromisso com a manutenção da sua posição de liquidez e disciplina de custos e na continuidade da implementação de medidas do seu plano de desalavancagem”, comunicou.

Nesta semana, vários escritórios de advocacia americanos deram início a ações coletivas contra a Braskem motivadas pelo afundamento do solo em quatro bairros de Maceió (AL), que foi relacionado à mineração de sal-gema da Braskem. Um deles, o Pomerantz, foi o que garantiu um acordo judicial de US$ 2,95 bilhões com a Petrobras na esteira da Operação Lava-Jato.

A petroquímica Braskem teve um prejuízo bilionário no segundo trimestre, refletindo a combinação de queda nas receitas devido à crise da Covid-19, despesas ligadas a um dano geológico em Alagoas e pressão financeira devido à alta do dólar. A Braskem encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 2,47 bilhões, decorrente sobretudo da provisão adicional de R$ 1,6 bilhão e desvalorização cambial em dívidas que totalizam US$ 2,8 bilhões

Visão do mercado

BTG Pactual

A equipe de Relações com Investidores da companhia mostrou confiança sobre a demanda no terceiro trimestre aos analistas do BTG Pactual, visto que as vendas de julho ficaram 10% acima dos níveis pré-covid e os números de agosto atingiram níveis recordes. A performance em setembro também deve apresentar melhorias.

A recuperação da Braskem (BRKM5) entrou em um ritmo mais acelerado. “Ficamos felizes em ouvir que a Braskem está recuperando participação de mercado no segmento de polietileno (PE) neste trimestre e voltou aos níveis vistos antes do aumento de capacidade nos Estados Unidos (cerca de 70%), indicando que as recentes estratégias comerciais estão começando a gerar resultados”, afirmaram Pedro Soares e Thiago Duarte, autores do relatório divulgado pelo BTG.

Os negócios de polipropileno (PP) também seguem uma tendência forte, beneficiada pelo câmbio e pelo fechamento de diversas plantas na América Latina. A expectativa é de que a Braskem atinja números recordes no segmento em breve.

De acordo com os analistas, o episódio do afundamento de solo em Alagoas e as críticas feitas pelo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, sobre o acordo de fornecimento de etano entre o consórcio Braskem-Idesa e a Petróleos Mexicanos (Pemex) continuarão pesando sobre o papel.

Além disso, a pressão sobre os spreads de resina e nafta no longo prazo devem limitar a capacidade da Braskem de entregar uma desalavancagem rápida.

O BTG Pactual mantém a recomendação neutra com preço-alvo de R$ 28,00.