O Brasil já negociou um total de 225 mil toneladas de arroz dos Estados Unidos, Índia e Guiana, carregamentos esses que deverão entrar no país na segunda quinzena de outubro e em novembro, afirmou nesta sexta-feira o Ministério da Agricultura brasileiro.
A pasta citou em nota que essas importações de países de fora do Mercosul, realizadas dentro de uma cota de 400 mil toneladas sem tarifa, teriam potencial de atenuar a alta dos preços do arroz, que estão em patamares recordes.
A nota do ministério confirma notícia da semana passada, com base em informações da associação Abiarroz, de que o país havia fechado negócios de cerca de 200 mil toneladas dentro da cota isenta de tarifas de 10% para o arroz em casca e de 12% para o beneficiado.
Na véspera, o governo dos Estados Unidos informou registro de venda de 71,1 mil toneladas de arroz ao Brasil –não ficou imediatamente claro se esse volume está dentro do total de negócios já fechados com os EUA.
Os preços estão elevados após um maior consumo do produto durante a pandemia, com crescimento estimado em 2020 de cerca de 5% pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para quase 11 milhões de toneladas.
Isso ocorreu após o país ter entrado no ano com estoques relativamente pequenos, nos menores níveis desde 2014, pelo menos, segundo a Conab.
“O aumento no consumo interno provocado pelo crescimento da alimentação em domicílio por efeito da pandemia de Covid-19 resultou na elevação de preços de alimentos básicos, como arroz e feijão”, disse o diretor de Comercialização e Abastecimento do ministério, Sílvio Farnese.
Farnese explicou que a pressão do comportamento cambial com a desvalorização do real e o aumento nas cotações externas agudizaram ainda mais a pressão exportadora, reduzindo a competitividade da importação.
“Com isso, o equilíbrio entre a oferta e demanda interna ficou bastante ajustado criando um comportamento favorável à elevação nas cotações internas de forma recorde”, afirmou.
Para 2021, é esperado um crescimento na produção de arroz do Brasil de 7,2% em relação à safra anterior.