De acordo com a economista-chefe do Santander, Ana Paulo Vescovi, só há dois cenários para o Brasil: com ou sem teto de gastos.
Ana Paula afirma que se o teto de gastos for mantido o câmbio pode voltar a R$ 4,60, a Selic a 2% e a inflação abaixo de 3%. Entretanto, caso não seja, o Brasil pode ver o dólar subir a R$ 6,70, a Selic a 10% e a inflação a 6%.
A economista mestre em economia do setor público pela Universidade de Brasília afirma que “o cenário é absolutamente dependente da condução da política econômica, dos sinais que vão ser dados nas próximas semanas”.
Além disso, Ana Paula, em entrevista ao Brazil Journal, complementou dizendo que “o cenário é dual, binário e pode ir de um extremo ao outro”.
Qual a saída?
Perguntada sobre qual dos dois cenários a economista atribui maior responsabilidade, ela respondeu o “cenário base.”
De acordo com Ana Paula, essa articulação política que põe o Centrão próximo ao Executivo permite mais votos. Dessa forma, a PEC Emergencial e o Pacto Federativo, que dão fôlego ao teto de gastos, sairia mais facilmente. Após isso, caminhar para a discussão das reformas tributária e administrativa seria o correto.
Além disso, outro fator que contribui para a defesa do cenário “menos pior” é a taxa de câmbio. Segundo a economista, qualquer um que faz um modelo de mercado encontra o dólar a R$ 4,60. Assim sendo, é nesse patamar que a moeda deveria estar.
Entretanto, “fatores idiossincráticos estão puxando o câmbio para ficar ali [R$ 5,60]”. Para Ana Paula, o governo precisa dar os sinais corretos de como irá sair dessa crise, pois tudo leva o Brasil a apreciar o câmbio.
Por fim, a economista destaca que optar pelo caminho alternativo, que resolveria as coisas no curto prazo, seria danoso ao Brasil no médio longo prazo.
Texto escrito por Diogo Albuquerque, graduando em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e colaborador do Guia do Investidor.