A rede varejista Havan desistiu de realizar sua oferta pública inicial de ações (IPO), como explicado pela CVM nesta terça-feira, 27.
De acordo com publicações feitas por algumas mídias, o empresário Luciano Hang estava tendo dificuldades no IPO. Isso porque, investidores se recusavam aceitar o valuation de R$ 100 bilhões que Hang defendia. Dessa forma, a oferta baixou para R$ 70 bilhões, e mesmo assim não saiu do papel.
Os principais destinos dos recursos captados no IPO seriam:
- Financiar aberturas de centros de distribuição e novas lojas;
- Investimentos em tecnologia;
- E por fim, o reforço do capital de giro da companhia.
As dificuldades momentâneas
Tal desistência destaca o momento ruim para a economia, com a alta volatilidade do mercado de ações. Mesmo com juros baixos, as incertezas sobre a Covid-19 e eleições norte-americanas desestabilizam os mercados mundiais.
Entretanto, a Havan não foi a única empresa brasileira a desistir de seu IPO neste ano. Só no mês de outubro, oito empresas abandonaram seus planos de abrir capital na B3, como o banco BR Partners.
Todavia, Luciano Hang não abandonou de vez a listagem na bolsa de valores de São Paulo. Assim sendo, afirmou que ainda no ano que vem o IPO se consolidaria.
Por fim, vale dizer que mesmo num cenário conturbado, a B3 bateu o recorde de emissão de ações neste ano: R$ 95 bilhões. O recorde anterior pertencia ao ano de 2019, onde se alcançou um volume de R$ 90 bilhões.
Sobre a Havan
A varejista foi criada em Santa Catarina e possui atualmente 147 lojas, com icônicos réplicas da Estátua da Liberdade em seu estacionamento.
No primeiro semestre desse ano, a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 127,5 milhões, contra um lucro líquido de R$ 193,9 milhões no mesmo período de 2019. Além disso, quanto sua receita líquida, registrou R$ 3,27 bilhões, ante R$ 3,63 bilhões no ano passado.
Texto escrito por Diogo Albuquerque, graduando em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e colaborador do Guia do Investidor.