A União Europeia (UE) deve mostrar sua solidariedade e apoiar a recuperação da América Latina, que enfrenta uma enorme recessão e é duramente afetada pela pandemia de coronavírus – afirmou o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell, nesta terça-feira (20).
Na visão do chefe da diplomacia europeia, a pandemia “deteriorou a situação” na América Latina e conduziu a um “alarmante crescimento da pobreza e da desigualdade”.
De acordo com Borrell, antes mesmo do início da pandemia, era evidente uma frustração generalizada na região latino-americana, à medida que os “progressos de desenvolvimento obtidos em décadas recentes começaram a retroceder”.
Para Borrell, é “urgente reenergizar as relações da UE com México e Brasil, nossos principais associados estratégicos na região. Devemos nos movimentar rapidamente em direção a reuniões em 2021”.
Borrell também indicou que a ratificação do acordo entre a UE e o Mercosul pode ser uma ferramenta importante na reaproximação, mas advertiu que as preocupações europeias com o impacto ambiental são “legítimas”.
“É legítimo que os cidadãos europeus hesitem em assinar um tratado com países que rejeitam o Acordo de Paris, cujas políticas na Amazônia geram importantes preocupações ambientais”, escreveu.
Ele destacou, no entanto, que “o custo político e econômico do fracasso seria considerável: depois de 20 anos de negociações, virou uma questão de credibilidade para a Europa na região”.
O cenário de confronto entre Washington e Pequim – advertiu Borrell – pode deixar América Latina e Europa “em uma posição de subordinação estratégica”.
Fonte Isto é Dinheiro