Negociadores da União Europeia e do Reino Unido avançaram nesta semana para resolver algumas das maiores divergências que há muito tempo emperram as negociações do Brexit, o que aumenta as esperanças de que um acordo possa ser alcançado no início de novembro, segundo pessoas a par das discussões.
As duas partes começaram a trabalhar no texto de um acordo sobre igualdade de condições de concorrência e estão perto de finalizar um documento conjunto que cobre os subsídios estatais, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.
O Reino Unido e a UE também estão mais perto de decidir os aspectos essenciais de como um possível acordo será aplicado, acrescentaram as pessoas.
Na quinta-feira, as negociações seguirão para Bruxelas, onde, se os negociadores puderem reduzir as diferenças restantes o suficiente até 3 de novembro, os próximos passos serão dados pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para que negociem um acordo final, disse uma das pessoas.
Sem um acordo, milhões de consumidores e empresas serão atingidos pelos custos e mudança de tarifas, cotas e controles alfandegários completos quando o Reino Unido deixar o mercado único da UE e a união aduaneira em 31 de dezembro.
Mudança de humor
Após semanas de impasse, houve uma mudança de humor e das engrenagens nos últimos dias, acrescentaram as pessoas. Com os dois lados ansiosos por chegar a um acordo, o Reino Unido e a UE trabalham intensamente para finalizar o máximo possível de capítulos de um possível acordo.
A pesca continua a ser um dos maiores obstáculos a um acordo, e ambas as partes ainda discordam sobre os direitos que barcos da UE terão em águas britânicas e a sua parte na quota. A França e outros estados costeiros, como a Bélgica, pressionam muito pelo acesso contínuo às águas entre 9 e 19 quilômetros da costa do Reino Unido – algo de que desfrutaram sob um acordo anterior ao Brexit, de acordo com uma autoridade próxima ao governo francês.
Os negociadores veem a redução dessas divergências como uma questão cada vez mais política, que exigirá a intervenção de Johnson e do presidente francês Emmanuel Macron. A UE vinculou o acesso britânico aos mercados de transporte e energia da Europa ao acesso europeu às águas do Reino Unido.
Em outros segmentos, houve progresso em direitos de bem-estar, alfândega e viagens aéreas, embora algumas divergências nessas áreas ainda não tenham sido resolvidas, disse uma das pessoas.