Pacotes de um lote de carne suína congelada importados do Brasil que entraram em um distrito da província de Shandong, leste da China, tiveram resultado positivo para coronavírus, informou o governo local.
Moradores do distrito de Wendeng, na cidade de Weihai, que podem ter entrado em contato com a carne suína devem informar às autoridades, disse o governo local.
As autoridades não informaram de qual empresa brasileira é a carne congelada.
Esta é a segunda vez em que a China comunica diagnóstico positivo para infecção pelo vírus em produtos alimentícios importados do mercado brasileiro.
Em outra ocasião, o governo encontrou vestígios em cortes de frango. Já em junho, o país suspendeu a autorização de exportação de três unidades brasileiras.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) afirmou que a embalagem de carne suína do País identificada na China com traços de covid-19 pode ter sido contaminada durante o transporte.
Em nota, a entidade informou que está em contato com as autoridades brasileiras para apoiar a apuração do caso ocorrido no distrito de Wendeng, na cidade de Weihai.
— “As informações divulgadas até aqui destacam que os traços de covid-19 eventualmente encontrados estavam na embalagem do produto, o que indica que a contaminação deve ter ocorrido fora da unidade produtora – por exemplo, em uma das várias etapas de transporte até a chegada ao destino”, destaca a ABPA, em nota.
A entidade lembra, ainda, que não há evidências científicas de que a carne possa transmitir o vírus.
Mais cedo, o governo da província chinesa de Shandong informou ter encontrado traços de covid-19 em uma embalagem de carne suína importada do Brasil, conforme agências de notícias. O nome da empresa brasileira responsável pelo produto não foi divulgado.
Ministério da Agricultura informa que há vigilancia constante nos frigoríficos brasileiros
Relatório do SIF aponta que não houve paralisação de frigoríficos em decorrência da Covid-19 em setembro
O Serviço de Inspeção Federal (SIF) divulgou na quinta-feira (29) o sétimo relatório de atividades que vem acompanhando os impactos decorrentes da pandemia do coronavírus (Covid-19) nas atividades essenciais realizadas pelo serviço. Segundo o documento, em setembro não foi registrada nenhuma paralisação de atividades de abatedouros frigoríficos sob inspeção federal por motivos relacionados à ocorrência do vírus.
“O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento mantém comunicação constante com as empresas e representantes do setor produtivo visando atualizar qualquer situação relacionada à possível transmissão do Covid-19 nas unidades industriais”, destaca a diretora do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Ana Lúcia Viana.
Assim como em agosto, no mês de setembro o SIF registrou aumento de 48% na emissão de certificados sanitários para produtos de origem animal, em comparação ao mesmo mês em 2019. A certificação sanitária assegura que os produtos e os sistemas de produção atendem a todos os requisitos acordados com os países para os quais o Brasil exporta seus produtos.
Em relação à fiscalização de abatedouros, foram realizados em setembro 109 turnos adicionais de abate requisitados de forma emergencial pelos frigoríficos de aves, bovinos e suínos registrados junto ao SIF. “As medidas de gerenciamento e o comprometimento dos auditores fiscais federais agropecuários e equipes técnicas têm permitido atender de forma satisfatória e segura essas demandas por abates extras”, disse Viana.
Ainda segundo o levantamento, as solicitações de Licenças de Importação (LI) de produtos de origem animal para avaliar se os produtos são provenientes de empresas e países que não contenham restrições sanitárias tiveram um aumento de 20% em comparação a agosto de 2020. O total de LIs analisadas foi de 6.677, com tempo médio de análise de três dias. Esse é maior número de LIs analisadas desde março.
Atualmente, estão registrados no SIF 3.330 estabelecimentos de produtos de origem animal nas áreas de carnes e produtos cárneos, leite e produtos lácteos, mel e produtos apícolas, ovos e pescado e seus produtos derivados, além de 2.999 estabelecimentos de produtos destinados à alimentação animal.
(Com Reuters e Estadão)