O Banco Central apontou nesta quinta-feira que a inflação acumulada no ano foi maior para as famílias com renda entre um e três salários mínimos em função do maior gasto proporcional com alimentação em domicílio item que tem mais subido e da maior variação de preços de serviços e alimentos consumidos nessa faixa de renda.
Segundo a autoridade monetária, em todas as regiões do Brasil as famílias deste grupo foram as mais impactadas pela inflação medida de janeiro a setembro, mas ressalvou que, mesmo para este grupo, “a inflação se encontra em patamar baixo, com variação de 2,29% no acumulado do ano para o país (3,01% em termos anualizados)”.
No grupo de três a dez salários mínimos, a inflação geral até setembro foi calculada em 1,35%. Já entre os que ganham entre 10 e 40 salários mínimos, o percentual ficou em apenas 0,32%.
Ainda pelo recorte regional, o BC destacou que a inflação de alimentos foi mais alta no Norte e no Nordeste, inclusive para a faixa de renda mais baixa, o que sugere efeito do auxílio emergencial mais significativo nessas regiões sobre a demanda desses produtos.
A inflação de serviços, prosseguiu o BC, é mais baixa para a faixa de renda alta e principalmente no Sul e Sudeste, “em parte pela maior participação de itens como passagem aérea, transportes por aplicativos e hospedagem, que foram impactados pela menor mobilidade.”
A inflação de serviços também subiu mais para os que ganham menos: 0,89% para o primeiro grupo e 0,22% para o segundo. Para as famílias com renda de 10 a 40 salários mínimos, no entanto, houve diminuição de preços de 1,24%.