Analistas do BTG Pactual reforçaram nesta segunda-feira sua recomendação “convicta” de compra para os papéis da Vale, com preço-alvo de 14 dólares para os recibos das ações da mineradora negociados nos EUA (ADR), citando uma “nova ordem política global”.
“Nós acreditamos que as ações estão bem posicionadas para apresentar desempenho acima da média do mercado e vemos vários motivos para aumentar as posições no nome”, afirmaram Leonardo Correa e Caio Greiner em relatório a clientes, citando entre os fatores forte ‘momentum’ para os lucros.
Nesta segunda-feira, os ADRs da Vale tinham leve alta, a 11,78 dólares em Nova York, acumulando queda de 10,6% em 2020. Na bolsa brasileira, as ações da companhia avançam 0,3%, a 63,39 reais nesta sessão, ganhando quase 24% no ano.
A equipe do BTG Pactual também destacou que os fundamentos para o minério de ferro permanecem firmes. “Os preços dos minérios de ferro continuam desafiando a gravidade e o ciclo de estoque e giram em torno de 120 dólares/tonelada”, afirmaram, citando que a demanda chinesa está bem acima das expectativas.
Os ADRs da Vale, na avaliação dos analistas, reflete um desconto perto de 65 dólares/tonelada (uma correção de baixa de 45% em relação ao preço spot do minério de ferro), o que eles consideram excessivamente “baixista”.
Os analistas ainda estimam que a Vale pode alcançar um Ebitda de 7 bilhões de dólares no trimestre, apoiada em uma recuperação agressiva nos embarques de minério de ferro (acima de 84 milhões de toneladas) e preços resilientes do minério de ferro. “Nós não achamos que isso esteja no preço ainda.”
Um catalisador adicional, na visão de Correa e Greiner seria um acordo final entre a companhia e o Ministério Público, que dê à empresa estabilidade a longo prazo. “As discussões estão avançando, e os parâmetros estão um pouco mais alinhados, mas há ainda desafios.”