A Cemig registrou lucro de R$ 545 milhões no terceiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 292 milhões obtidos no mesmo período de 2019. Segundo a empresa, a última linha do balanço foi beneficiada pela base comparação, uma vez que no terceiro trimestre de 2019, quando foram reconhecidas contingências tributárias relacionadas às ações que discutem a incidência de contribuições previdenciárias sobre o pagamento de participações nos lucros e resultados (PLR), no montante de R$ 1,18 bilhão.
Operacionalmente, a receita da companhia foi beneficiada principalmente pelo crescimento na receita com a tarifa de uso do sistema de distribuição (TUSD), a partir dos encargos cobrados dos consumidores livres sobre a energia distribuída.
O incremente da TUSD e dos ganhos com transmissão de energia compensaram o recuo de energia vendida para consumidores finais.
A elétrica Cemig, controlada pelo governo de Minas Gerais, mantém o plano de vender sua fatia remanescente na Light, enquanto pelo lado da expansão avalia novos projetos eólicos e solares, disseram executivos da companhia em teleconferência nesta segunda-feira.
A empresa tem estudado no momento nove projetos eólicos, que somam 2,13 gigawatts em potência instalada, após ter aberto recentemente uma chamada pública para a aquisição de novos empreendimentos (“greenfield”) da fonte.
Em paralelo, a unidade de geração e transmissão Cemig GT ainda tem desenvolvido uma carteira própria de projetos solares com 1,75 gigawatt-pico em capacidade.
O superintendente de Relações com Investidores da elétrica, Antonio Velez, disse ainda que a Cemig não tem planos de alterar no curto prazo sua política de dividendos, que prevê a distribuição de até 50% do lucro aos acionistas.
“Nosso objetivo ainda neste momento é manter nossa política de 50% (do lucro) em dividendos, entendemos que essa política está equilibrada, nos dá condições de ter um colchão de liquidez”, explicou, após pergunta de um investidor.
De acordo com o diretor financeiro, Leonardo Magalhãs, as oportunidades em estudo nas fontes eólica e solar são rentáveis e podem gerar muito valor para a companhia. “De forma segura, conservadora, sempre pensando em agregar valor, vamos analisá-los [os projetos] no médio prazo”.
No segmento de distribuição, o executivo ressaltou que a companhia conseguiu, pela primeira vez, enquadrar os custos operacionais dentro do limite regulatório, cumprindo uma meta importante que estava prevista ser atingida até o fim do ano. No acumulado de 2020 até setembro, os custos ficaram R$ 127 milhões abaixo do valor regulatório.
O diretor financeiro da Cemig também afirmou que a companhia mineira deve iniciar no próximo ano o processo de gestão da dívida dos eurobonds. “Estamos atentos a isso. No primeiro semestre de 2021, com menos incerteza no mercado e nível de risco mais adequado, vamos iniciar a [gestão de passivos] desses bonds”, disse, durante teleconferência de resultados.
A Cemig realizou captações de eurobonds indexados ao dólar em dezembro de 2017 e julho de 2018. Na primeira data, a emissão foi de US$ 1 bilhão e, na segunda, de US$ 500 milhões. A dívida vence em 2024.
No terceiro trimestre, os eurobonds trouxeram um efeito negativo de R$ 244 milhões no resultado financeiro da Cemig GT (geração e transmissão).
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