No dia 12 de novembro, a Centauro (CNTO3), varejista de artigos esportivos, publicou seu resultado referente a 3T20.
De acordo com os dados, a pandemia do COVID-19 ainda foi um fator de influência sobre o desempenho da companhia, visto que a força das suas operações ocorriam por meio das lojas físicas nos shopping centers.
Nesse sentido, o analista Breno Francis de Paula, do Banco Inter, produziu relatório destacando os pontos que mais chamaram a atenção para determinar sua recomendação.
Receita Líquida
Primeiramente, a Centauro reportou Receita Líquida de R$ 569 milhões para o terceiro trimestre. Em comparação ao mesmo período em 2019, ocorreu uma queda de 8,4% no valor mais recente.
Entrando em detalhes, a plataforma digital contribuiu com R$ 209 milhões e crescimento de 105%, enquanto as lojas físicas acumularam R$ 359 milhões, porém significaram retração de 30,7% versus 3T19.
Além disso, vale dizer que para regular a idade de seu estoque, a varejista usou a estratégia de descontos em suas vendas.
Nesse sentido, o analista do Inter destaca que a medida foi escolhida, pois os níveis de estoque ainda são elevados. Por outro lado, como consequência, a margem bruta chegou a 43,6%, ou seja – 5,9 p.p. comparado ao mesmo período em 2019.
Ebitda
A respeito do EBITDA, o analista levou em consideração a versão “Ex-IFRS 16”, cujo resultado foi negativo em R$ 16 milhões e a margem de -2,8%, representando -15,8 p.p.
Apesar do valor informado, o relatório aponta que a Centauro conseguiu gerar um fluxo de caixa positivo de R$ 165 milhões, graças a emissão de debêntures e outras iniciativas para melhoria desse item. Sendo assim, a Dívida Líquida/EBITDA de -3,0x sinaliza um índice controlado.
Prejuízo Líquido
A Centauro alcançou no período Prejuízo Líquido de R$ 26,8 milhões (Ex-IFRS 16), enquanto no terceiro trimestre do ano passado esse valor foi um lucro de R$ 46,8 milhões. Caso sejam excluídos os efeitos não recorrentes, o resultado também é um prejuízo, mas de R$ 15,2 milhões (Ex-IFRS 16).
Conclusão
Em suma, o entendimento do Banco Inter foi que a forte dependência das lojas se tornou um obstáculo nesse cenário adverso e comprimiu o faturamento. Embora tenha ocorrido uma abertura gradual das atividades para a retomada, ela ainda se apresentou com pouco fluxo de clientes.
Ao mesmo tempo, a operação digital teve dificuldades com os custos das atividades online que revelaram a necessidade de melhoria na parte logística e de omnicanalidade.
Por fim, o Banco Inter fez recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 35 por ação.
Texto escrito por Victor Rodrigues.
Graduado em Economia pela PUC-SP e redator do Guia do Investidor.