O dólar voltou a fechar em firme alta ante o real, numa segunda-feira marcada por força global da divisa norte-americana após dados robustos de atividade nos Estados Unidos, enquanto o desconforto doméstico sobre a situação fiscal seguiu fazendo preço.
O dólar à vista subiu 0,90%, a 5,4353 reais na venda, depois de oscilar entre 5,3395 reais (-0,88%) e 5,4513 reais (+1,19%).
Na sexta-feira, o dólar havia saltado 1,39%, maior alta desde 28 de outubro.
Nesta segunda, a moeda operou em queda pela manhã, mas tomou fôlego após dados de atividade empresarial nos Estados Unidos terem vindo bem acima do esperado, provocando uma cobertura de posições vendidas na moeda norte-americana.
Números fortes nos EUA sugerem que o país segue mais atrativo para investimentos, o que pode direcionar para a maior economia do mundo fluxo de investidores que cogitariam aplicar em ativos mais arriscados, como os de emergentes.
O dólar saltava frente a várias outras moedas, com destaque para altas de 3,25% ante lira turca, 1,19% contra peso chileno e 0,45% frente ao iuan chinês.
Veja gráfico desta segunda-feira do par dólar/real e do índice do dólar ante uma cesta de moedas:
O ministro afirmou ainda que está relativamente satisfeito com as despesas já controladas e disse acreditar que o dólar já fez seu “overshooting”. Na literatura econômica, um “overshooting” ocorre quando o preço de um ativo sobe além do que o sugerido pelos fundamentos.
“Você precisa criar uma dinâmica que permita a estabilização da dívida, que seja em 90%, 95% do PIB, mas que ela estabilize, isso é o importante agora”, disse Flávio Serrano, economista-chefe do banco Haitong. “Mas o ambiente desde os últimos governos não tem contribuído para isso”, completou.
Serrano espera que o dólar feche 2020 em 5,25 reais, podendo ficar entre 5 reais e 4,90 reais ao fim de 2021. “Nossa expectativa é que o cenário para emergentes no curto prazo fique positivo, mas a queda do dólar aqui vai ser limitada pela questão fiscal”, ponderou.