Dólar fecha estável, com alívio nos ativos brasileiros, após sinalização cautelosa do BC e enfraquecimento externo

Após atingir R$ 5,56 pela manhã, o dólar perdeu força ao longo do pregão desta quinta-feira (18/12) e encerrou praticamente estável frente ao real, acompanhando a melhora mais ampla dos ativos brasileiros. No fechamento, o dólar à vista (FX:USDBRL) registrou leve alta de 0,04%, aos R$ 5,5244, acumulando queda de 10,59% no ano.

📌 Sinalização do Banco Central e impacto nos juros

O movimento ganhou tração depois que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a decisão sobre a taxa Selic em janeiro ainda não está tomada. A fala reduziu apostas mais agressivas para os juros, contribuindo para aliviar a pressão sobre o câmbio e reduzir a volatilidade ao longo do dia.

📌 Noticiário político e leitura do mercado

No cenário doméstico, o câmbio reagiu ao noticiário político. Pesquisa AtlasIntel mostrou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderando as intenções de voto para 2026, enquanto Flávio apresentou desempenho superior ao do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A leitura de maior previsibilidade política tirou força do dólar frente ao real.

📌 Projeções de inflação e discurso monetário

O Relatório de Política Monetária do Banco Central projetou inflação de 3,2% em 12 meses no terceiro trimestre de 2027, acima do centro da meta de 3%. Ainda assim, Galípolo e o diretor Diogo Guillen destacaram as incertezas das projeções e reforçaram o compromisso com uma inflação “ao redor da meta”, o que ajudou a acalmar os mercados.

📌 Cenário externo e comportamento do dólar global

No exterior, o dólar também perdeu fôlego, refletindo ajustes de posição e menor busca por ativos defensivos. O movimento foi observado no índice DXY (CCOM:DXY), que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de divisas fortes, favorecendo moedas emergentes ao longo da tarde.

📌 Dólar futuro e expectativas do mercado

Na B3, o mercado de dólar futuro refletiu o ambiente de cautela. Às 17h05, o contrato de dólar para janeiro — o mais líquido — recuava 0,01%, aos R$ 5,5330. A diferença reduzida em relação ao dólar à vista indica que o mercado segue precificando ajustes moderados, sem apostas em movimentos abruptos, em linha com a postura dependente de dados do Banco Central.