A Linx (BOV:LINX3) confirmou nesta terça-feira, 17, a aprovação pelos acionistas da proposta de fusão feita pela Stone. A informação foi antecipada por fontes ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Foram 97,4 milhões de ações votando a favor da operação, 34,8 milhões contra e 6,6 milhões abstenções. Também foi aprovada a dispensa da obrigação de listagem da STNE no segmento Novo Mercado da B3, com 63,7 milhões de votos a favor.
O CEO da Stone, Thiago Piau, afirmou há pouco que os advogados da empresa esperam ter aprovado o acordo para compra da Linx pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) entre três a seis meses. “Estamos muito confiantes de que teremos essa aprovação. Temos um market share muito pequeno na nossa indústria e nossos times são complementares”.
Para a aprovação, a Stone precisava de no mínimo 87,5 milhões de ações. Os votos dos fundadores da companhia, que detêm juntos 24 milhões de ações e que foram liberados pela CVM na última sexta-feira, foram cruciais para a aprovação.
“Estamos muito felizes e gratos pela confiança representada no resultado dessa Assembleia. A partir de agora é seguir o processo de diligencia do Cade e nos concentrar nessa integração, somar forças com foco no cliente. Continuar crescendo e planejar os próximos 20 anos”, afirmou.
Segundo o executivo, uma operação como essa implica muitos desafios futuros e os resultados do trimestre mostraram que o foco da Stone segue no cliente e dá mais força a empresa para fazer movimentos estratégicos.
Ao ser perguntado sobre os planos de integração, Piau foi enfático ao declarar que não existe nenhuma intenção de fechar a plataforma, “muito pelo contrário, nossa intenção é abrir”. “Nunca acreditamos em venda casada, sempre abrimos nossa plataforma para muitos parceiros, sempre tivemos a perspectiva de que a escolha do cliente vem em primeiro lugar. Essa é a nossa forma de trabalhar”, afirmou.
Transformação no varejo
Segundo o executivo, a hora é de olhar pra frente, se concentrar em quais são as principais forças da companhia e planejar essa integração com bastante disciplina. “São times complementares e teremos capacidade de levar soluções muito boas para nossos clientes. Acho que tem uma transformação ocorrendo no varejo brasileiro é que poderemos ajudar com essa integração com a Linx”, observou. Segundo ele, a Stone tem a “necessidade de ter um protagonismo” nesse desenvolvimento do varejo.
Sobre sinergias, Piau disse que a ideia é fazer a ponte entre o software e os sistemas financeiros de uma forma mais integrada. “Temos de planejar essas integrações para que seja mais fácil para o cliente. No caso do varejo, podemos ajudar na digitalização da suas operações, com uma gestão de estoque integrada. Essa é uma das avenidas de negócios que visualizamos no momento”, afirmou.
Ao comentar o aumento da oferta, anunciado hoje, Piau disse apenas que o movimento foi a conclusão de um processo disciplinado. “É o famoso ganha-ganha. Pelo volume de adesão vemos o grau de aprovação de nossa proposta. Tenho certeza que os nossos acionistas e os da Linx estão felizes com o resultado”. Outro ponto ressaltado pelo executivo é que a empresa continuará investindo em empreendedores que desenvolvem softwares.
Os acionistas que não concordam com a operação terão 30 dias para exercer o direito de retirada, e receberão R$ 9,45 por ação a título de reembolso.