Então é Natal, e o que você fez? Não, não vamos falar da música interpretada pela cantora Simone, mas sim sobre carteira diversificada. Nesta época do ano começa a famosa temporada de promessas e uma delas pode ser a de ter uma carteira interessante para 2021.
É bom deixar bem claro que fazer as melhores escolhas em planejamento e gestão de patrimônio não é nada fácil, mas garante que você possa investir e administrar corretamente suas finanças, com confiança para que seus negócios tenham um futuro próspero.
E como começar? Bem, existem empresas especializadas no assunto que oferecem serviços de orientação e administração de bens – o que já é bem melhor e mais eficiente do que pular sete ondinhas.
O que é carteira diversificada?
Tem gente que afirma categoricamente que carteira diversificada é uma maneira de reduzir riscos causados justamente pelas fortes oscilações do mercado financeiro, enquanto outras vozes apontam como uma forma bem mais resiliente de alcançar rentabilidade no médio e longo prazo. A grande verdade? As duas visões estão corretas! A velha frase “nunca coloque todos os ovos no mesmo cesto” nunca foi tão bem definida.
Basicamente, carteira diversificada é a possibilidade de contar com diferentes tipos de ativos, sejam fixos ou variáveis, com riscos e rentabilidades igualmente variáveis.
Mas como conseguir uma carteira diversificada boa, com menos riscos neste momento de loucura de COVID-19 que afeta, direta ou indiretamente, o mercado? A ADVFN foi conversar com o mercado para descobrir…
Entendendo a volatilidade
Esta palavra deve ser lei para quem deseja entrar no universo das carteiras diversificadas: volatilidade. Estamos falando de um desvio-padrão dos retornos de um ativo. Na prática, pense assim: em uma sala tem a média de notas 6, portanto o indicador é de que a classe não tem bons alunos, pois a maioria engloba estudantes que foram muito bem e outros nem tanto. Mas os que foram bem puxaram a nota para esse número, salvando quem foi mal e tirou nota 4, por exemplo. Entretanto, como muita gente foi bem, a volatilidade puxou a nota para acima da 5, o que mostra que a diversidade pesou positivamente.
Agora vamos para o que interessa…
Como montar uma carteira diversificada
Precisamos entender também o ineditismo do momento atual, com a forte queda nas taxas de juros, que exige do investidor mudar a sua forma de investir: se até então ele estava acostumado a ganhar dois dígitos investindo em títulos públicos e CDBs, tem que se reinventar em um cenário de juros reais negativos.
A inclinação das curvas de juros tem duas consequências diretas:
- Redução de spreads em mercados mais eficientes (aumento dos preços de ativos);
- Aumento da volatilidade nos mercados de renda variável.
Com isso em mente, fica claro que a construção da carteira hoje precisa ser feita com cuidado e atenção, com maior diversificação e, ao mesmo tempo, com proteção e posicionamento estratégicos.
Lembre-se de que os ativos alternativos e os mercados ineficientes podem ser uma saída inteligente para o trade-off, com aumento da exposição em ativos de renda variável, exposição de uma carteira mais volátil e spreads apertados – ou aumentar a exposição em ativos de renda fixa, com aceitação, em contrapartida, de retornos mais baixos.
Quando entrar nas ações?
Bem, estamos passando por um momento de volatilidade extremamente alta, com muita incerteza em relação às perspectivas futuras, ainda mais agora, com a nova variação do Coronavírus podendo atrapalhar muita coisa. O Índice Bovespa se encontra atualmente no mesmo patamar do início do ano, chegando à casa dos 115 mil pontos, lembrando quando a situação econômica estava muito mais estável antes do início da pandemia.
Passamos pelo mínimo de 63 mil pontos em março, queda de 40% em comparação com o início do ano e patamar atual, e ainda não temos uma situação clara em relação à velocidade da retomada econômica em diversos setores. A concretização de uma segunda onda de contaminação na Europa colocou diversos países em novo lockdown, em um momento em que os países têm menor poder para combater o impacto na economia, pois os juros estão em patamar baixíssimo em todo o mundo e os governos já comprometeram os balanços fiscais com estímulos de grandeza sem precedentes.
Taxa Selic: planejamento no cenário de juros baixos
Sabemos que a Selic deve se manter em patamar abaixo de 3% em 2021, justamente para “ajudar” uma retomada econômica mais rápida. Essa projeção só deve ser alterada caso haja uma sinalização mais forte de pressão inflacionária. Mas é preciso entender que esse patamar de Selic abaixo de 3% coloca o Brasil em um ambiente de juros reais neutros – ou, em bom português, levemente negativos.
O investidor que quer rentabilizar a carteira acima da inflação precisa buscar alternativas aos produtos tradicionais, como poupança, CDBs e Tesouro Direto.
Investidores cada vez mais interessados
Para Caio Fasanella, fundador e CEO da Balko, fintech criada em 2019 com o propósito de democratizar o investimento em ativos alternativos, o aumento do interesse por esses investimentos é algo natural. O movimento pode ser explicado pela queda nas taxas de juros, que exige uma mudança na forma de investir. Para rentabilizar a carteira acima da inflação, é necessário buscar alternativas. Por exemplo:
“Nesse cenário, os investimentos em ativos alternativos de alta rentabilidade e não correlacionados à performance da bolsa de valores são uma boa opção. Neles, o prêmio de risco está ligado principalmente à iliquidez, então o investidor opta por deixar parte de sua carteira menos líquida, mas, em troca, ganha proteção da volatilidade e posicionamento estratégico em ativos que possuem uma relação risco-retorno bem atrativa”, revela o CEO.
Na prática
Um exemplo de alocação estratégica em um ativo alternativo, citado por Fasanella, é a destinação de um percentual da carteira para aquisição de precatórios. Eles conferem proteção à inflação – corrigidos monetariamente por IPCA-E –, descorrelação à performance dos mercados de renda variável e descolamento do CDI, uma vez que a rentabilidade está vinculada ao deságio com que os títulos são adquiridos. A origem desses ativos precisa passar por uma análise jurídica e por estruturação da operação, buscando controlar os riscos operacionais inerentes aos ativos alternativos, que chegam a render 25% ao ano.
Com a evolução das regulamentações, digitalização de processos e surgimento de fintechs especializadas, o investidor consegue encontrar boas alternativas para investimento com rentabilidades bastante superiores à Selic. É possível encontrar oportunidades de investimentos com retornos superiores a 15% ao ano em ativos alternativos, a partir de R$ 10 mil.
Para se ter ideia do crescimento do interesse dos investidores, a Balko fez ajustes em sua previsão para 2020. Inicialmente, a meta da empresa era distribuir R$ 4,5 milhões em créditos de precatórios, porém a alta demanda por parte de seus clientes fez a empresa rever sua projeção para R$ 6,5 milhões.
“Em novembro, a Balko realizou uma oferta que foi finalizada em menos de 24 horas e aumentou a base de investidores ativos em mais de 45%. A oferta teve aporte de R$ 1.600.000 de crédito referente a um precatório que já vem sendo pago pela cidade de Recife, PE, um indicativo importante de previsibilidade do investimento. O volume ofertado nessa iniciativa foi 65% maior do que a oferta realizada em outubro deste ano, o que mostra o apetite do investidor que está em busca de produtos que têm rentabilidade acima do CDI. A expectativa é de uma rentabilidade de 21,9%. Os aportes dessa oferta tiveram variação entre R$ 10 mil e R$ 50 mil. O retorno do investimento está previsto até 2024”, lembra o CEO da Balko.
- Detalhe importante 01: os ativos devem compor uma carteira diversificada de investimentos por possuírem riscos e não terem liquidez antes do prazo da operação. O ideal seria destinar, no máximo, 25% do portfólio a ativos alternativos devido ao maior risco e à menor liquidez.
- Detalhe importante 02: ao buscar esse tipo de ativo, o investidor precisa procurar plataformas confiáveis, com excelente reputação, clareza e transparência na comunicação. Além disso, as operações devem ser lastreadas em ativos reais e formalizadas em contratos com validade jurídica.
Informações e opiniões?
No final das contas, a melhor forma de começar uma carteira diversificada é… com informações! A ADVFN BRASIL é o espaço ideal para saber o que está acontecendo no mercado, quais são as tendências e como começar a sua carteira! Além do site, temos ainda o nosso ADVFN Podcast semanal e o canal oficial do YouTube. E você também pode nos encontrar em todas as maiores mídias sociais: dando o joinha no Facebook e dois cliques de emoção no coração do Instagram – ou seja, tem informação de tudo que é lado! Nos acompanhe por onde preferir e fique o tempo todo bem informado!
Por Aroldo Antonio Glomb Junior – Especial ADVFN