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Muitos brasileiros irão declarar criptomoedas no Imposto de Renda pela primeira vez

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Neste ano, a entrega da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF) deve acontecer entre 1º de março a 30 de abril e a Receita Federal criou códigos específicos para a declaração de Bitcoins e outras moedas digitais.

Desta forma, segundo as normas da Receita, a posse de mais de R$ 5 mil em moedas digitais deve ser declarada.

“Muitos brasileiros irão declarar criptomoedas pela primeira vez. Recomendo que todos os usuários de criptomoedas, se já não o fazem, que declarem seus ativos financeiros. A tendência é que a Receita Federal faça cada vez mais imersões no tema e aqueles que se mantiverem ‘às sombras’ terão dificuldades quando quiserem fazer uso do ganho obtido com os investimentos”, recomenda Rodrigo Soeiro, CEO da plataforma brasileira Monnos.

Os ganhos com criptomoedas serão tributáveis sempre que a soma mensal dos valores de alienação superar R$ 35 mil.

Este limite vale para o conjunto de todas as criptomoedas alienadas no mês, mesmo que de tipos diferentes. Se as alienações mensais não superarem R$ 35 mil por mês, o ganho auferido é isento.

“Mas, atenção: R$ 35mil é a soma dos valores das alienações mensais, e não do ganho de capital com elas obtido que poderá ser inferior a R$ 35 mil e mesmo assim tributável”, esclarece Pedro Chimelli, advogado associado da Levy & Salomão Advogados, especialista no assunto.

Regras gerais

Chimelli explica ainda que quem investe em criptomoedas precisa ter ‘uma fotografia’ anual do seu patrimônio em 31/12 de cada ano, e deverá declará-lo sempre que for superior a R$5 mil.

É necessário também preencher o Demonstrativo de Apuração do Ganho de Capital, sempre que as alienações mensais de bens da mesma natureza (criptomoedas diversas) for superior a R$ 35 mil. Este demonstrativo deverá ser depois exportado para a DIRPF, entregue até o fim de abril de cada ano.

“As criptomoedas são consideradas ativos financeiros como qualquer outro, portanto suas alienações (compra, venda, permuta etc.) também devem ser declaradas à Receita Federal e as operações precisam ser comprovadas”, aponta o CEO da Monnos.

Havendo diferença entre o custo de aquisição e o valor de venda, há um ganho que pode ou não ser tributável.

Para quem opera em corretoras estrangeiras há uma necessidade adicional: preencher informações mensais sobre suas operações no portal e-CAC (disponível no site da Receita Federal).

“Devem apresentar essa declaração mensalmente as pessoas físicas que façam qualquer operação via P2P (pessoas para pessoas) ou via corretoras no exterior que, somadas, ultrapassem R$ 30 mil por mês”, aponta Soeiro.

Segundo a Receita Federal, as alíquotas de imposto de renda para ganhos de capital são de 15% para até R$5 milhões; 17,5% para a parcela dos ganhos que superar R$5 milhões e for inferior a R$10 milhões; 20% para a parcela dos ganhos que superar R$10 milhões e for inferior a R$30 milhões e 22,5% para a parcela dos ganhos que superar R$30 milhões.

Na prática

Na DIRPF, as informações sobre o patrimônio em criptomoedas devem ser declaradas na ficha “Bens e Direitos” e no código 81 para BTC, 82 para Ethereum (ETH), Ripple (XRP), Bitcoin Cash (BCH), Tether (USDT), Chailink (LINK), Litecoin (LTC) e 83 para outras Altcoins. É preciso registrar informações sobre as operações, bem como valores, datas, dados das corretoras etc.

Há pouco mais de um ano no mercado, a Monnos tem mais de 20 mil usuários no Brasil e no mundo. E grande parte dos brasileiros, 38,5%, nunca havia investido em criptomoedas antes.

“Para muitos, esse será o primeiro ano em que citarão criptomoedas em sua declaração do imposto de renda”, ressalta Rodrigo Soeiro, CEO da Monnos. Em seu aplicativo, a ferramenta oferece orientações para facilitar a declaração de seus usuários e na próxima terça-feira (2) disponibilizará gratuitamente eBook sobre o tema.

Por Cassio Gusson

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