A Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig está em processo de avaliação de estruturas para o desinvestimento da sua participação no capital social da Taesa, buscando otimizar sua alocação de capital.
O Fato Relevante foi divulgado em conjunto pelas empresa (BOV:CMIG3) (BOV:CMIG4) e (BOV:TAEE3) (BOV:TAEE4) (BOV:TAEE11) nesta sexta-feira (26). Confira o documento na íntegra!
De acordo com a Cemig, o processo ainda está em fase de identificação e avaliação pela sua diretoria, das alternativas disponíveis para realização do desinvestimento na Taesa.
“Assim que as análises acerca do modelo e da estrutura para o potencial desinvestimento da participação da Companhia na Taesa forem finalizadas, a matéria será submetida para apreciação do Conselho de Administração da Companhia”, explica o fato relevante.
Atualmente a Cemig controla a Taesa junto com a ISA Brasil. A Cemig conta com 21,7% das ações da companhia, ao passo que a ISA Brasil tem 14,9% dos papéis.
A transação que pode levantar cerca de R$ 2,5 bilhões para a estatal mineira.
Obstáculos para venda
O CEO Reynaldo Passanezi vai aproveitar o prejuízo contábil gerado pela venda da participação na Light, em janeiro, para reduzir o imposto que a venda da Taesa vai gerar.
“A Taesa era um quadro de Monet pendurado na parede: você vende quando precisar,” diz um analista do setor.
Mas não vai ser tão simples assim. A transação enfrenta múltiplas dificuldades.
O sócio da Cemig na Taesa, a estatal colombiana ISA, tem 14,8% do capital — mas parece improvável que exerça seu direito de preferência.
A ISA está no meio de um processo para ser vendida à Ecopetróleo, outra estatal colombiana — uma manobra do Ministério da Economia colombiano para injetar dinheiro no caixa do Tesouro. (Algo como se a Petrobras comprasse a Eletrobras…)
Outro problema é a joint venture que a Taesa tem com a Alupar chamada TBE, que tem 13 concessões e quase R$ 918 milhões de receita. O acordo de acionistas da TBE diz que, caso a Cemig saia do controle da Taesa, a Alupar tem o direito de comprar a participação da Taesa na JV.
Essa situação muda o valuation da Taesa. Se a Alupar exercer o direito de preferência, a Taesa receberá uma montanha de dinheiro.
“O comprador da participação da Cemig tem que saber se está comprando a Taesa como ela é hoje, ou se está levando 84% da Taesa em termos de receita e os 16% restantes em caixa,” diz um banker do setor.
Por fim, há o problema do tag along. Qualquer investidor estratégico que compre a participação da Cemig na Taesa vai disparar o direito dos minoritários de vender pelo mesmo preço.
Para evitar isso, a Cemig poderia fazer um follow-on, vendendo suas ações de forma pulverizada no mercado. Acontece que hoje, o único papel líquido da Taesa são suas units (TAEE11). A Cemig, no entanto, tem apenas ações ON e não conseguiria formar novas units.
A solução — um pouco mais complicada — seria vender as ONs e tentar criar liquidez naquela classe de ação.
Já há tratativas para resolver muitas dessas questões, e Reynaldo — que como ex-CEO da ISA Cteep conhece o mercado a fundo — tem vasta experiência no assunto.
Grandes empresas de energia e fundos internacionais de infraestrutura certamente vão olhar o ativo, provavelmente o melhor do setor de transmissão e que hoje paga mais de 9% de dividend yield.
O Bank of America está assessorando a Cemig.
A Taesa vale R$ 12,4 bilhões na B3. A Cemig vale R$ 20,2 bi.
VISÃO DO MERCADO
Credit Suisse
O Morgan Stanley comentou os resultados da Cemig, destacando que o Ebitda foi impactado por efeitos não recorrentes, sem os quais ficaria em R$ 1,076 bilhão, em linha com os R$1,095 milhão estimados pelo banco, e 6% acima do consenso de analistas ouvidos pela Reuters. O lucro líquido ajustado de R$ 1,013 bilhão ficou 10% acima da estimativa do Morgan Stanley.
O banco mantém avaliação de overweight (expectativa de valorização acima da média do mercado) para a Cemig devido a melhorias operacionais; potencial de ativos, inclusive o da venda da Taesa, que deve ser positivo para a Cemig, como para a Taesa; e a perspectiva de privatização da Cemig, apesar de o banco afirmar que não espera novidades relevantes sobre essa questão no curto prazo.
Lucro líquido de R$ 2,6 bilhões da Cemig em 2020, recuo de 10,3%
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) registrou lucro líquido de R$ 2,864 bilhões em 2020, recuo de 10,3% em comparação com 2019.
No ano, a receita líquida recuou 1%, para R$ 25,228 bilhões. Já o Ebitda, cresceu 29,7%, para R$ 5,694 bilhões. Já o Ebitda no critério ajustado – que exclui itens considerados não recorrentes – atingiu R$ 4,875 bilhões no ano, expansão de 7,1%.
Taesa (TAEE11): crescimento de 104,6% no lucro em relação ao ano anterior, num total de R$ 2,26 bilhões
A Taesa apresentou crescimento de 104,6% no lucro em relação ao ano anterior, num total de R$ 2,26 bilhões. Esse foi o primeiro resultado anual divulgado pela nova diretoria da companhia, que assumiu em novembro do ano passado.
Segundo o presidente da companhia, André Moreira, a entrada em operação de novos projetos e a indexação dos contratos ao Índice Geral de Preços (IGP-M) contribuíram para os números apresentados no ano.
“Há um impacto também do trabalho, com eficiência, buscando uma excelência operacional, o que ajudou a conter impactos como a pandemia, por exemplo. São resultados muito interessante que têm nos permitido fazer uma distribuição de dividendos bastante importante para os acionistas”, comentou o executivo.
Bom dia.
Sou acionista da Taesa.
Como ficará a distribuição anual dos dividendos
da Taesa com a saída da Cemig?
Para mim existem os seguintes cenários com
a Cemig vendendo sua participação na Taesa:
1º) O Nº de meses de pagamento dos dividendos ,
anualmente, aumentam?
2º) O Nº de meses de pagamento dos dividendos,
anualmente, tende a diminuir( exemplo: de 4 vezes
ao ano para 2 ou 1 vez ao ano)?
3º) O valor dos dividendos mensais tendem a aumentar
de valor?
4º) Ou tendem a diminuir?
5º) Independente da saída da Cemig vale a pena continuarmos
investindo nossos capitais na Taesa?
6º) Ou é melhor os investidores darem “um tempo” e não
investirem na Taesa por enquanto até o controle acionário
da Cemig na Taesa mudar de mãos e dependendo de quem
for o novo acionista majoritário que assumirá o lugar da
Cemig na Taesa voltar a investir nesta última?
Um abraço fraterno em todos vocês.
Carlos Alberto de Oliveira.