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Índice de Preços ao Produtor (IPP) subiu 5,22% em fevereiro

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Em fevereiro de 2021, os preços da indústria subiram 5,22% frente a janeiro, com recorde nos três indicadores. Este é o segundo recorde consecutivo, após a revisão de janeiro, sendo a maior alta da série histórica, iniciada em janeiro de 2014. O acumulado no ano até fevereiro atingiu 8,95%, o maior da série para esse período e superando o maior acumulado anterior (1,83%), de fevereiro de 2014. O acumulado em 12 meses (28,58%) também foi recorde da série. Em fevereiro, 23 das 24 atividades tiveram alta de preços, assim como em janeiro.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis).

Em fevereiro de 2021, os preços da indústria subiram 5,22% frente a janeiro de 2021, a maior alta da série histórica deste indicador, que começa em janeiro de 2014. As quatro maiores variações foram nas atividades de indústrias extrativas (27,91%), refino de petróleo e produtos de álcool (12,12%), outros produtos químicos (9,69%) e metalurgia (8,35%).

As maiores influências foram: indústrias extrativas (1,66 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (1,04 p.p.), outros produtos químicos (0,79 p.p.) e metalurgia (0,56 p.p.).

O acumulado no ano atingiu 8,95% e foi novo recorde para o mês de fevereiro na série histórica, superando o recorde anterior (1,83%) de fevereiro de 2014. Entre as atividades, as maiores variações foram: indústrias extrativas (43,30%), refino de petróleo e produtos de álcool (18,04%), outros produtos químicos (15,03%) e metalurgia (14,99%). Os setores de maior influência foram: indústrias extrativas (2,38 p.p.), refino de petróleo e produtos de álcool (1,52 p.p.), outros produtos químicos (1,20 p.p.) e metalurgia (0,98 p.p.).

No acumulado em 12 meses, a variação de preços foi de 28,58% (outro recorde da série), contra 23,19% em janeiro/2021. As quatro maiores variações de preços ocorreram em indústrias extrativas (87,59%), metalurgia (45,90%), outros produtos químicos (40,81%) e madeira (39,74%).

Os setores de maior influência foram: alimentos (7,87 p.p.), indústrias extrativas (4,34 p.p.), outros produtos químicos (3,15 p.p.) e metalurgia (2,79 p.p.).

A variação de preços de 5,22% em relação a janeiro repercutiu da seguinte maneira entre as grandes categorias econômicas: 0,26% em bens de capital; 7,96% em bens intermediários; e 1,94% em bens de consumo, sendo que 1,49% foi a variação observada em bens de consumo duráveis e 2,03% em bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

A influência das categorias econômicas sobre o IPP (5,22%) foi: 0,02 p.p. de bens de capital, 4,50 p.p. de bens intermediários e 0,70 p.p. de bens de consumo, sendo 0,09 p.p. de bens de consumo duráveis e 0,61 p.p. de bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

No acumulado no ano, as variações de preços da indústria atingiram 8,95%, sendo 3,98% a variação de bens de capital (com influência de 0,29 p.p.), 13,47% de bens intermediários (7,50 p.p.) e 3,13% de bens de consumo (1,16 p.p.). No último caso, este resultado foi influenciado em 0,23 p.p. pelos produtos de bens de consumo duráveis e 0,93 p.p., pelos bens de consumo semiduráveis e não duráveis.

A seguir os principais destaques:

Indústrias extrativas: em fevereiro, os preços do setor variaram, em média, 27,91%, a maior variação da série, superando os 19,60% de dezembro de 2016. Com isso, o acumulado no ano chegou a 43,30%, maior resultado para um fevereiro e o acumulado em 12 meses foi a 87,59%, o maior da série.

O destaque dado ao setor se deve ao fato de ter sido a principal variação nas três perspectivas (variação mensal, acumulado no ano e acumulado em doze meses). Foi também a principal influência no indicador mensal (1,66 p.p., em 5,22%), e no acumulado, (2,38 p.p., em 8,95%); e a segunda principal influência no acumulado em 12 meses (4,34 p.p., em 28,58%). Por fim, aparece, entre todos os setores que compõem as indústrias extrativas e de transformação, como a quarta principal contribuição, 7,23%, para o resultado alcançado.

Alimentos: em fevereiro, os preços do setor, na comparação com o mês anterior, cresceram em média 1,22%, repetindo a variação positiva de janeiro, ainda que de forma menos intensa (em janeiro, 1,49%). Com isso, o acumulado no ano chegou a 2,73%, resultado superior ao de fevereiro de 2020, 0,10%, e o segundo entre todos de igual mês (menor apenas que fevereiro de 2010, 4,05%). Na comparação fevereiro de 2021/fevereiro de 2020, os preços atuais estiveram 33,83% maiores que os de fevereiro de 2020. Além disso, neste tipo de comparação, desde setembro de 2020 (32,51%) a variação encontra-se acima dos 30%.

O setor foi a principal influência no acumulado em 12 meses (7,87 p.p., em 28,58%), além de ser a principal contribuição no cálculo para o total das indústrias extrativas e de transformação, 24,22%. Os produtos de maior destaque neste indicador foram: “resíduos da extração de soja” (terceiro de maior peso, 8,74%), “carnes de bovinos frescas ou refrigeradas” (o de maior peso, 12,59%), ”óleo de soja em bruto, mesmo degomado” (sétimo, 4,42%) e “açúcar VHP (very high polarization)” (quarto, 8,32%). As quatro variações foram positivas.

Em relação aos grupos abertos do setor, a maior variação mensal foi observada em “fabricação e refino de açúcar”, 5,92%, que é a segunda maior da série (perde para a julho de 2020, 6,04%). Por sua vez, “laticínios”, pelo segundo mês consecutivo, é o único grupo com variação negativa (-3,67%, em janeiro, e -2,84%, em fevereiro). No acumulado em 12 meses, a maior variação se deu em “fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais”, 75,89%, mas os preços de produtos de “moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais” também variaram acima da média setorial, 37,67%, ou seja, nestas duas atividades as variações de preços foram maiores que a do setor de alimentos, 33,83%.

Madeira: em fevereiro, a indústria da madeira continuou entre os destaques das indústrias extrativas e de transformação, em termos de variação absoluta de preços, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. A taxa acumulada em doze meses do setor foi de 39,74%. O valor supera os 37,0% registrados em janeiro, que por sua vez já havia representado a quinta quebra seguida de recorde do maior valor deste indicador na série histórica da atividade.

Em fevereiro, os preços do setor continuaram pressionados pelo repasse cambial para os preços dos exportáveis (em um cenário de depreciação cambial acumulada) e pela demanda internacional aquecida no mercado de laminados e compensados e de produtos de carpintaria. Ante janeiro, os preços da atividade subiram 4,46%, acumulando alta de 9,22% no ano.

Os produtos com maior influência no mês foram: “madeira compensada, folheada e formas semelhantes”; “painéis de fibras de madeira”, “madeira serrada, aplainada ou polida” e “madeira perfilada ou perfis de molduras de madeira”, todos com maiores preços em fevereiro e somando 3,75 p.p. na variação de 4,46% frente a janeiro.

Refino de petróleo e produtos de álcool: em fevereiro, os preços do setor subiram 12,12%, mantendo assim resultados positivos que se seguiram desde outubro de 2020 (2,35%). O resultado de fevereiro é superior aos quatro anteriores, estando, por exemplo, 6,84 p.p. acima do de janeiro, e é, na série, o segundo maior ponto, perdendo para junho de 2020 (17,16%). No acumulado, a variação foi de 18,04%, que é a maior já observada em igual mês na série. Por último, no acumulado de 12 meses, a variação foi de 18,26%, primeiro resultado positivo depois de 11 negativos consecutivos. Com esse resultado, o setor atinge o ponto mais alto na série de número-índice, 134,19, superando o ponto anterior de janeiro de 2020, 121,15.

O destaque dado ao setor se deve ao fato de ter tido a segunda maior variação no indicador mensal e no acumulado; a segunda principal influência no mensal, (1,04 p.p., em 5,22%), e no acumulado (1,52 p.p., em 8,95%); além de ser a segunda principal contribuição no cálculo do resultado da indústria geral, 9,13%.

Entre os produtos que mais sobressaíram no resultado, os de maior variação são todos derivados de petróleo, e, entre os mais influentes, também aparece o “álcool etílico (anidro ou hidratado)”. Vale dizer que “naftas” é o produto que tem destaque em termos de variação, mas não em termos de influência. Seja como for, os produtos mais influentes responderam por 11,26 p.p., na variação de 12,12%.

Outros produtos químicos: em fevereiro, os preços da indústria tiveram variação média de 9,69%, oitavo aumento consecutivo e a maior variação positiva em toda série desta atividade. Desta forma, o setor acumulou alta de 40,81% nos últimos 12 meses e de 15,03% no bimestre, ambos são os maiores valores em suas séries.

Os resultados observados nos últimos meses estão ligados principalmente aos preços internacionais e ao aumento do preço de diversas matérias-primas importadas ou não, como por exemplo a nafta, em grande parte devido à depreciação do real frente ao dólar ao longo do ano, que atingiu 1,1% no mês e 24,8% nos últimos 12 meses.

Em relação aos grupos econômicos da atividade, os destaques foram as variações ocorridas em “fabricação de resinas e elastômeros”, com 13,30% no mês, desta forma acumulando 80,12% de variação em 12 meses e em “fabricação de produtos químicos inorgânicos”, com uma variação de 11,23% no mês e de 39,16% entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021. Em relação a “fabricação de defensivos agrícolas e desinfetantes domissanitários”, o resultado foi de 3,23% no mês, e 16,80% em 12 meses.

Entre os quatro produtos que mais influenciaram o resultado no mês (4,72 p.p. em 9,69%), houve aumento de preços em todos: “adubos ou fertilizantes à base de NPK”, “propeno (propileno) não saturado”, “polipropileno (PP)” e “adubos ou fertilizantes minerais ou químicos, fosfatados”. Estes quatro produtos são os mesmos que ficaram em destaque no mês de janeiro. Sendo assim, 4,97 p.p. é a influência dos demais 35 produtos da atividade.

Metalurgia: frente a janeiro, houve uma alta de 8,35%, oitava variação positiva seguida na atividade. Com este resultado, o setor de metalurgia acumulou, nos últimos 12 meses, uma variação de 45,90% e, no primeiro bimestre do ano, 14,99%. A variação mensal e as acumuladas alcançaram os maiores valores em toda a pesquisa do IPP, iniciada em janeiro de 2010. Uma outra informação de destaque é que, entre dezembro de 2018 (base da série atual) e janeiro de 2021, os preços do setor tiveram uma variação acumulada de 51,90%, perdendo apenas para a variação de preços das indústrias extrativas, 137,25%.

Os resultados dos últimos 12 meses estão ligados à combinação dos resultados dos grupos siderúrgicos (produtos de aço) e do grupo de materiais não ferrosos (cobre, ouro e alumínio), que têm comportamentos de preços diferenciados. O primeiro, ligado ao setor siderúrgico, é afetado pelos preços do minério de ferro e pelo excedente de aço no mundo. Apesar do excedente, a apreciação do dólar frente ao real de 24,8% nos últimos 12 meses e de 1,1% no mês, junto com o aumento dos preços do minério de ferro, permitiram um acréscimo de preços do aço nacional. Em relação ao segundo grupo – materiais não ferrosos – os valores costumam apresentar seus resultados ligados às cotações das bolsas internacionais.

Considerando os grupos econômicos, o siderúrgico apresentou uma variação de 12,12%, desta forma acumulando 18,14% no bimestre e 53,73% em 12 meses, os três valores acima da média da atividade. Do ponto de vista dos quatro produtos que mais influenciaram o resultado no mês, o resultado foi de 3,77 p.p., e de 4,58 p.p. nos demais 20 produtos analisados.

O setor metalúrgico se destacou, na comparação com as 24 atividades da pesquisa, por ter a quarta maior variação de preços no mês e no bimestre, além da segunda maior variação no acumulado em 12 meses. No tocante à influência, a atividade foi em todas as formas de comparação – no mês, bimestre a acumulado em 12 meses – a quarta maior entre todas das indústrias extrativas e de transformação.

(Com informações do IBGE)

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