O Pentágono anunciou que a Microsoft (NASDAQ:MSFT) ganhou um contrato para construir mais de 120.000 headsets de realidade aumentada HoloLens personalizados para o Exército dos EUA. O contrato pode valer até US$ 21,88 bilhões em 10 anos, segundo a CNBC.
As ações da Microsoft subiram após o anúncio. As ações subiram 2,4%, para US $ 237,37 por ação no final do pregão de quarta-feira (31).
A Microsoft também é negociada na B3 através da BDR (BOV:MSFT34). A MSFT34 caiu -0,9% a R$ 55,74 reais no final do pregão de quarta-feira.
O acordo mostra que a Microsoft pode gerar receita significativa com um produto futurístico resultante de anos de pesquisa, além de áreas essenciais como sistemas operacionais e software de produtividade.
Ele segue um contrato de US$ 480 milhões que a Microsoft recebeu para dar ao Exército protótipos do Sistema Visual Aumentado Integrado, ou IVAS, em 2018. O novo acordo envolverá o fornecimento de versões de produção.
O HoloLens padrão, que custa US$ 3.500, permite que as pessoas vejam hologramas sobrepostos em seus ambientes reais e interajam usando gestos de mão e voz. Um protótipo IVAS de 2019 exibia um mapa e uma bússola e tinha imagens térmicas para revelar pessoas no escuro. O sistema também pode mostrar a pontaria de uma arma.
“O headset IVAS, baseado no HoloLens e ampliado pelos serviços de nuvem do Microsoft Azure, oferece uma plataforma que manterá os soldados mais seguros e os tornará mais eficazes”, escreveu Alex Kipman, pesquisador técnico da Microsoft e criador do HoloLens em 2015 em uma postagem de blog. “O programa oferece maior consciência situacional, permitindo o compartilhamento de informações e a tomada de decisões em uma variedade de cenários”.
O headset permite que os soldados lutem, ensaiem e treinem em um único sistema, disse o Exército em um comunicado.
O acordo torna a Microsoft um fornecedor de tecnologia mais proeminente para as forças armadas dos EUA. Em 2019, a Microsoft fechou um contrato para fornecer serviços em nuvem para o Departamento de Defesa, derrotando a Amazon, líder do mercado de nuvem pública. A Amazon vem contestando o contrato, que pode chegar a US$ 10 bilhões, na Justiça Federal.
Alguns funcionários da Microsoft pediram que a empresa adiasse o envio do contrato de nuvem e, da mesma forma, um grupo de funcionários pediu à Microsoft que cancelasse o contrato do HoloLens. “Não nos inscrevemos para desenvolver armas e exigimos uma palavra a dizer sobre como nosso trabalho é usado”, escreveram os funcionários em uma carta aberta sobre o contrato da HoloLens.
Dias depois, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, defendeu o projeto de realidade aumentada do Exército, dizendo à CNN que “tomamos a decisão de não reter tecnologia de instituições que elegemos nas democracias para proteger as liberdades de que desfrutamos”. O Exército, por sua vez, sugeriu que a tecnologia de realidade aumentada poderia ajudar os soldados a atacar os inimigos e evitar a morte de civis.