O presidente do banco central do Japão, Haruhiko Kuroda, disse nesta sexta-feira que espera aprofundar o debate com autoridades globais sobre o papel que a política monetária pode desempenhar na abordagem das mudanças climáticas.
“Há muitos fatores que precisamos levar em consideração, como a forma como isso afetará a distribuição de recursos”, disse Kuroda ao Parlamento japonês, após ser questionado por um parlamentar sobre como o Banco do Japão poderia ajudar a lidar com as mudanças climáticas por meio de ferramentas monetárias.
“Esperamos aprofundar o debate nas reuniões internacionais. Não estou dizendo que não vamos pensar nas possibilidades.”
Kuroda disse que qualquer decisão do Banco do Japão sobre as mudanças climáticas deve estar alinhada com seu mandato, que visa manter a estabilidade de preços e do sistema financeiro.
O Banco do Japão tem mostrado receio de incorporar conceitos “verdes” em sua política monetária, mas deseja levar mais em conta os riscos relacionados ao clima ao avaliar a saúde do sistema bancário japonês.
Kuroda defendeu sua meta de inflação de 2%, dizendo que não via necessidade de mudá-la, mesmo com o golpe econômico da pandemia de Covid-19 deixando o crescimento dos preços ainda mais longe da meta.
“Vai levar tempo, mas ainda é possível atingir nossa meta de inflação de 2%”, disse ele.