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Insumos para produção de 5 milhões de doses da Coronavac chegam a São Paulo; Mundo deve produzir mais 1 bilhão até maio

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Quase três dias após a decolagem, o voo que traz 3 mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) da China para o Brasil chegou ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, às 6h31 desta segunda-feira (19). O insumo será utilizado pelo Instituto Butantan para a produção local de mais de 5 milhões de doses contra a Covid-19.

De acordo com o governo de São Paulo, a aeronave que transporta o material decolou de Pequim às 14h (horário de Brasília) da última sexta-feira (16) e traz o terceiro carregamento de 2021 da matéria-prima fornecida pela biofarmacêutica Sinovac, parceira internacional do Butantan.

Em abril foram 4,5 milhões doses da vacina Coronavac. No mês de março foram disponibilizadas 22,7 milhões de doses. Em fevereiro, 4,85 milhões e, em janeiro, 8,7 milhões de unidades.

Até setembro, está prevista a entrega de mais 54 milhões de doses do imunizante, segundo o governo do estado de São Paulo.

+ 1 bilhão de vacinas até maio no mundo

O primeiro bilhão de vacinas anti-covid-19 disponível globalmente levou cerca de quatro meses para ser produzido. A marca foi atingida há poucos dias. Agora, o ritmo é outro e o próximo 1 bilhão de doses deve ser fabricado em apenas um mês. É essa a projeção da Airfinity, consultoria em saúde sediada em Londres. Alguns observadores lembram, no entanto, que a aceleração da produção depende da superação de problemas que tem atingido os laboratórios. O quadro de aumento da oferta alimenta expectativas do Brasil. O país é o campeão mundial por mortes de covid nas últimas semanas e sente a escassez de vacinas.

Pelas projeções, o laboratório sueco-britânico AstraZeneca continuará a ser o maior produtor, totalizando 486 milhões de doses nas próximas quatro semanas. A aliança americano-alemã Pfizer-BioNTech vem em segundo com 460 milhões e a chinesa Sinovac em terceiro com 436 milhões. A produção total poderá alcançar 2,1 bilhões no fim de maio. Os maiores países produtores continuarão a ser a China, com 735 milhões de doses até o próximo mês, os EUA com 436 milhões e a Índia com 427 milhões de doses.

A Johnson & Jonhson tem estimativa de dobrar a produção para 50,3 milhões de doses no fim de maio, mas sofre com atrasos em fábricas e suspensão temporária do uso de sua vacina nos EUA e na Europa. A Moderna confirmou “volatilidade na produção” e retardo em entregas de doses para o Canadá e Europa. A indústria farmacêutica considera, porém, que a meta de produção de 10 bilhões doses neste ano está no bom caminho.

No caso do Brasil, a Covax, mecanismo global para distribuição equitativa de doses, informou ao governo que há possibilidade de entregar 8 milhões de doses ao país até o fim de maio, voltando ao plano original que tinha sido suspenso. Um entrega deve ser de 4 milhões de doses dentro de três a cinco semanas. O restante está condicionado à performance de AstraZeneca, principal fornecedor de vacinas para a Covax. Esse laboratório está ampliando a produção, mas várias fábricas ainda necessitam passar pelo processo de autorização regulatória.

De seu lado, o Itamaraty prossegue com a nova “diplomacia da saúde’’. Na semana passada, em sessão no Parlamento Europeu na qual foi tratada a situação da covid no Brasil, o embaixador brasileiro junto à União Europeia, Marcos Galvão, pediu ajuda europeia por maior e mais rápida provisão de vacinas. Os europeus até agora não fizeram nada sobre isso.

Neste momento, a prioridade humanitária, sanitária e econômica “deve ser as vacinas, as vacinas e as vacinas”, afirmou Galvão. “Com o passar dos dias, entretanto, a comunidade internacional será confrontada com um espetáculo de desigualdade de uma nova escala e espécie, com implicações sanitárias e éticas, de vida e morte, sem precedentes. Isto se tornará ainda mais visível à medida que os países desenvolvidos forem capazes de atender às suas próprias necessidades imediatas”, acrescentou o embaixador.

A União Europeia já foca em sua proteção no médio prazo. “Em determinado momento, podemos precisar reforçar e prolongar a imunização’’, afirmou a presidente da Comissão Europeia, Úrsula von der Leyen, ao anunciar negociação com Pfizer-BioNTech para compra adicional de 1,8 bilhão de doses de vacinas de segunda geração, com entrega prevista para 2022 e 2023. Bruxelas escolheu vacina com tecnologia ‘RNA mensageiro’ por ser mais rápida e mais fácil de adaptar na luta contra novas variantes.

O novo contrato prevê produção de base na Europa com prioridade para a Europa, sem dependência de insumos estrangeiros, como os da China e da Índia.

Fonte CNN e Valor

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