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Taurus: decisão do STF sobre armas de fogo e munições não preocupa empresa

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A decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber, que suspendeu nesta segunda-feira (12) trechos dos quatro Decretos sobre armas de fogo e munições editados em fevereiro pelo presidente Jair Bolsonaro, não preocupa a Taurus (BOV:TASA3) (BOV:TASA4). Pelo contrário, vários temas tratados nos Decretos e que não foram derrubados são positivos para o segmento.

Para o CEO Global da Taurus, Salesio Nuhs, as partes que foram suspensas pela ministra não mudam absolutamente nada na empresa. “Estamos em um momento muito favorável, com demanda em alta, batendo recordes de produção e vendas no Brasil e no mundo”, explica.

A companhia está com mais de um ano de produção futura vendida, com back orders de 2,3 milhões armas, o que permite o aumento das vendas em pelo menos 30% e do Ebitda em 2021 em relação ao resultado de 2020.

Os dispositivos que foram mantidos nos Decretos e que passaram a vigorar irão melhorar ainda mais os negócios da Taurus, de acordo com o executivo. Por exemplo, a redução da burocracia para caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) na concessão e emissão do Certificado de Registro de Arma de Fogo e da Guia de Tráfego, autorização de compra de arma de fogo, apostilamento e o registro de arma de fogo, por meio de processos eletrônicos, atendimento todos os dias e agrupamento de atos administrativos no mesmo processo.

Para auditores, magistrados e promotores, o cumprimento dos requisitos legais e regulamentares necessários ao porte e aquisição de armas de fogo poderá ser atestado por declaração de capacidade técnica e psicológica da própria instituição.

Outro ponto positivo é a redução da burocracia envolvendo outros produtos, como carregadores, que não são mais classificados como Produtos Controlado pelo Exército (PCE). A Taurus está investindo justamente em uma fábrica nova para produção de carregadores, por meio de uma joint venture firmada com a Joalmi em 2020, uma decisão acertada e muito oportuna. “Mais uma vez a companhia fez escolhas estratégicas corretas”, afirma Nuhs.

A joint venture vai tornar a Taurus autossuficiente na produção de carregadores, mercado que era dominado por poucos fornecedores estrangeiros. A demanda anual da Taurus é de aproximadamente 5 milhões de carregadores, considerando as fábricas do Brasil e dos Estados Unidos, sem contar outras empresas e o enorme e promissor mercado de reposição. A nova fábrica terá uma capacidade instalada de 7,4 milhões por ano até o final de 2022 e sua ampliação poderá ser antecipada, dependendo da atuação da empresa no mercado de reposição.

A decisão individual da ministra Rosa Weber está valendo, mas ainda será julgada definitivamente pelo plenário do STF.

A Taurus pretende divulgar os resultados do 1T21 no dia 06 de maio.

Lucro líquido de R$ 263,6 milhões em 2020, alta de 507%

A Taurus Armas registrou lucro líquido de R$ 263,6 milhões em 2020, 507% acima do de 2019.

No acumulado do ano, a receita operacional líquida aumentou 77,4%, para R$ 1,773 bilhão, e o Ebitda somou R$ 461,5 milhões, crescimento de 260% sobre 2019.

“Os indicadores operacionais atingiram níveis sem precedentes para a Taurus e a questão do endividamento, que era um aspecto sensível, foi plenamente equalizada, com a razão de alavancagem dívida líquida/Ebitda saindo de 11,2 em 2018 para 1,7 ao final de 2020”, destaca a mensagem da administração da companhia.

A Taurus encerrou 2020 com patrimônio líquido positivo, algo que não acontecia há cinco anos. De acordo com a companhia, o desempenho foi alcançado “antes do prazo originalmente considerado pela gestão”.

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