A Petrobras informa que recebeu carta de renúncia do Conselheiro de Administração Marcelo Gasparino da Silva, eleito através de processo de voto múltiplo na Assembleia Geral Extraordinária de 12/04/2021.
O comunicado foi feito pela empresa (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) nesta sexta-feira (16).
De acordo com o comunicado, a carta de renúncia de Gasparino indica a ação como “irregovável e irretratável”, e destaca que o executivo deixa o cargo “para o qual acaba de ser empossado”.
Único candidato indicado pelos acionistas minoritários a conseguir uma vaga no conselho, Gasparino já tinha anunciado que pretendia renunciar, com o objetivo de provocar um novo pleito. Os minoritários contestam o processo eleitoral e Gasparino pediu a suspensão da AGE devido a diferenças de redação nos boletins de voto à distância publicados em inglês e em português.
A Petrobras afirma que o cargo poderá ser preenchido por um substituto eleito pelo conselho de administração até que seja realizada uma nova assembleia geral. Não há obrigatoriedade de convocação de assembleia específica para a eleição.
Ao renunciar ao cargo de conselheiro, Gasparino tenta forçar a convocação de um novo processo eleitoral para escolha do colegiado.
Indicado pelo Banco Clássico e eleito com o apoio dos acionistas minoritários, Gasparino denunciou, às vésperas da eleição desta semana, o que chama de “vícios” no processo de cômputo dos votos. Gasparino alegou, durante o pleito, que existem diferenças de redação nos boletins de voto à distância publicados em inglês e em português que teriam induzido investidores a erro na votação.
A Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec) informou que recebeu, às vésperas da assembleia geral extraordinária (AGE) que elegeu os novos nomes do CA, provocações de acionistas, sobretudo estrangeiros, relatando dificuldades no processo de votação remota, com suposto desencontro de informações no boletim de voto à distância.
A AGE desta semana frustrou as expectativas dos minoritários de aumentarem o número de representantes no CA. A União conseguiu conter o avanço pretendido pelos investidores da Petrobras, ao emplacar sete das oito cadeiras em jogo. Com o resultado, governo e investidores mantiveram a mesma relação de representatividade que possuíam até então: de sete para três assentos, respectivamente.
Além do novo presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, também foram eleitos conselheiros na AGE: Eduardo Bacellar (reconduzido à presidência do CA), Ruy Schneider, Marcio Weber, Murilo Marroquim, Cynthia Silveira e Sonia Villalobos; além de Gasparino, único nome ligado aos investidores.
Os minoritários possuíam três representantes no CA: Rodrigo de Mesquita e Marcelo Mesquita, cujos mandatos não estavam em jogo na eleição desta semana; e Leonardo Antonelli, que buscava a recondução, mas retirou a candidatura na AGE. A eleição de Gasparino acabou por compensar a saída de Antonelli. Agora, com a renúncia do mais novo conselheiro, ainda não está claro se o seu substituto será um nome ligado aos minoritários ou não.
Lucro líquido de R$ 7,1 bilhões em 2020, queda de 82,3%
A Petrobras registrou lucro de R$ 7,1 bilhões em 2020, queda de 82,3% em relação ao montante de 2019. A redução foi atribuída a alguns fatores como a queda de 35% do preço do petróleo, maiores perdas de valor de ativos, menores ganhos com desinvestimentos e desvalorização de 31% do dólar frente ao real.
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou em sua provável última Carta do Presidente na divulgação do resultado do exercício de 2020, que entregou a recuperação em “J” que havia prometido, e que a empresa teve um desempenho excepcional em 2020, apesar do ambiente desafiador da pandemia de covid-19.