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Os projetos usando o gás do pré-sal não serão competitivos nos leilões de energia do governo

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Os projetos usando o gás do pré-sal não serão competitivos nos leilões de energia do governo em junho e dificilmente terão vez nos leilões de setembro, se o dilema de acomodar a flexibilidade do setor elétrico com a inflexibilidade necessária para escolar o insumo não for resolvida, avaliaram executivos de petroleiras. Além das incertezas que já existem, a inclusão de uma reserva de mercado para termelétricas na MP da capitalização da Eletrobras trouxe mais dúvidas para a integração do setor elétrico com o setor de gás, afirmaram.

“A sistemática dos leilões tem sido ameaçada pela falta de incentivo que as distribuidoras têm para contratar mais energia, e a percepção do mercado é que estão sobrecontratadas, e essa situação ainda é agravada pela esperada tendência de migração dos consumidores cativos para o mercado livre. O redesenho dos leilões se faz necessário”, afirmou Claudia Brun, conselheira da Equinor, em evento online da agência epbr.

O governo anunciou para junho de 2021 a realização de dois leilões para contratação de energia nova (A-3 e A-4) e dois para energia existente (A-4 e A-5). Para setembro está previsto mais um (A-5), depois do A-6 ter sido cancelado. Apesar de um grande número de projetos cadastrados, a avaliação é de que não haverá demanda significativa, e muito menos irá garantir o sucesso para projetos do gás do pré-sal.

“Tem gente que acha que o gás do pré-sal é barato, mas quando a gente olha a distância de 300 km de gasoduto, uma planta nova de processamento, e as tarifas de transporte, a gente está falando de um custo elevado. Do jeito que a coisa está, o gás do pré-sal não seria competitivo para ser supridor dessas possíveis térmicas da MP da Eletrobras”, disse Brun.

Andres Sannazzaro, gerente de comercialização de gás da Repsol Sinopec Brasil, lembra que nos últimos leilões de energia, em 2019, nenhum projeto com gás nacional conseguiu vencer a competição com outras fontes, incluindo Gás Natural Liquefeito (GNL), que envolve produção e transporte, aumentando as emissões de gases efeito estufa em relação ao uso do gás local.

“Temos que ter esse senso de urgência de monetizar o gás do pré-sal. A IEA (Agência Internacional de Energia, na sigla em inglês) deixou mensagem clara, é agora ou nunca, o gás tem data de validade cada vez mais próxima, se demorar muito é demasiado tarde”, alertou, referindo-se ao último relatório da agência que pediu o fim de investimentos em novos poços de petróleo até 2030.

Para Guilherme Perdigão, gerente de novas energias da Shell, na prática, os projetos que envolvam nova infraestrutura para escoar o gás tem “chance zero” nos leilões de junho, já que existe uma regra de descontratação das distribuidoras que trazem incerteza, principalmente levando em conta a tendência migração dos consumidores cativos para o mercado livre. Já o leilão de capacidade, incluído na MP da capitalização da Eletrobras (BOV:ELET3) (BOV:ELET5) (BOV:ELET6), por ser locacional, tira toda a isonomia e competitividade que se esperava.

“A gente entrou em 2021 animado com quatro leilões de energia, dois em junho, dois em setembro, eventualmente mais um leilão de capacidade, mas na prática está sendo menos promissor do que a gente esperava”, observou.

Ele diz que os problemas podem ser resolvidos com mais discussões e ajustes, mas que não vê isso acontecer para os leilões de junho. “Na prática, infelizmente, não vejo isso acontecer até o leilão de junho, a gente não está conseguindo viabilizar o projeto de gás do pré-sal para participar de forma igualitária e isonômica no leilão de energia”, explicou.

Também para o diretor de novos negócios, marketing e comercialização de gás e energia da Eneva (BOV:ENEV3), Marcelo Lopes, empresa que já nasceu da integração do gás natural com o setor elétrico, as mudanças feitas para os leilões deste ano, como tirar o limite da inflexibilidade das usinas termelétricas e a extensão do prazo para declaração de comercialidade dos projetos vencedores foram avanços, mas ainda é preciso aperfeiçoar o modelo.

Segundo Lopes, a Eneva poderá ter oportunidades no leilão A-4 de energia existente, mas a possibilidade de descontratação das distribuidoras reduz essa competitividade.

“O ano que parecia ser bastante promissor para monetização de projetos, com algumas oportunidades, chega na metade com bastante incerteza nesse segundo semestre, mas de forma alguma desanimador. Temos que aumentar as discussões dos setores que são integrados por natureza”, avaliou. “Se a gente não acelerar essa discussão para criar oportunidade para monetização das reservas do pré-sal, vai perder o bonde da história”, completou.

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