O lucro líquido aos acionistas da Petrobras somou R$ 1,17 bilhão no primeiro trimestre, após prejuízo um ano antes. O resultado foi R$ 58,7 bilhões inferior ao quarto trimestre do ano passado, refletindo o impacto da variação cambial no resultado financeiro devido à desvalorização do real frente ao dólar e às reversões de impairment e dos gastos passados com o plano de saúde, ambos ocorridos no trimestre anterior.
O preço médio do petróleo tipo Brent – a referência no mercado internacional – praticado no período subiu 21,2% na comparação anual, para US$ 60,90 o barril. No Brasil, o preço médio de venda subiu 14,7%, para US$ 57,32 o barril, ficando abaixo do praticado no exterior.
Diante das perspectivas pessimistas com o comportamento da commodity ao longo do ano, a Petrobras fez, na época, uma série de baixas contábeis de seus ativos, prevendo que boa parte deles não valeria a pena com o barril do petróleo na casa dos US$ 30. As apostas, no entanto, não se concretizaram, e a empresa fechou o ano passado com lucro trimestral recorde de R$ 59,89 bilhões.
Neste trimestre, a empresa aproveitou a alta do petróleo no mercado internacional para reforçar sua receita, ao promover reajustes em suas refinarias toda vez que o barril ficava mais caro nas principais bolsas de negociação do mundo.
A resiliência do agronegócio garantiu o crescimento da venda de óleo diesel, usado no transporte de produtos agrícolas. Enquanto o afrouxamento das medidas de isolamento manteve o comércio de gasolina. A Petrobras ainda conseguiu aumentar sua participação nos mercados dos dois combustíveis para 73%.
A receita líquida cresceu 14,2%, para R$ 86,17 bilhões, em base de comparação anual e foi 4,9% superior ao quarto trimestre, devido, principalmente, à valorização de 38% nos preços do Brent.
“Contribuíram também para este resultado a maior receita com diesel, que atingiu R$ 25,2 bilhões (27% superior ao 4T20), em função do aumento da participação da Petrobras no mercado de diesel e do crescimento das vendas de diesel S-10, apesar da queda do volume de vendas total de diesel”, disse a estatal, em seu relatório trimestral.
A valorização do Brent também resultou em maiores receitas para os demais derivados, embora o volume de vendas de derivados no mercado interno tenha sofrido redução de 5,6% devido à sazonalidade e às restrições impostas pela covid-19.
O lucro recorrente, que desconta dos resultados eventos que melhoraram ou pioraram o resultado da empresa e não devem se repetir em outros períodos, somou R$ 1,45 bilhão, impactado pelo efeito da depreciação do real sobre a dívida.
O ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – somou R$ 49,53 bilhões, após resultado negativo de R$ 29,682 bilhões no primeiro trimestre de 2020. Em termos ajustados – que excluem da conta participações em investimentos, reavaliações nos preços de ativos, resultados com desinvestimentos e realização dos resultados por venda de participação societária -, o ebitda aumentou 30,5%, para R$ 48,949 bilhões.
“Os números demostram a capacidade do nosso time de gerar resultados sustentáveis para os nossos investidores e para a sociedade em geral, mesmo em um contexto desafiador. A Petrobras continuará a trajetória de geração de valor, com uma gestão pautada na transparência, no diálogo e na racionalidade e com investimentos concentrados nos ativos em que somos reconhecidos como líderes mundiais”, comentou o novo presidente da companhia, Joaquim Silva e Luna, sobre os resultados.
“São números muito fortes e que demonstram que estamos no caminho certo. Vamos continuar com foco total nas estratégias estabelecidas em nosso Plano Estratégico, gerando valor em todas as nossas operações e projetos e administrando nosso portfólio com o objetivo de maximizar retornos para nossos acionistas e demais stakeholders”, disse o CFO Rodrigo Araujo Alves.
O lucro líquido aos acionistas da Petrobras com as operações de exploração e produção somou R$ 21,53 bilhões no primeiro trimestre, após prejuízo um ano antes. A O preço médio do petróleo tipo Brent – a referência no mercado internacional – praticado no período subiu 21,2% na comparação anual, para US$ 60,90 o barril. No Brasil, o preço médio de venda subiu 14,7%, para US$ 57,32 o barril, ficando abaixo do praticado no exterior.
O custo de extração de petróleo e gás no Brasil, chamado de “lifting cost”, teve queda de 16,5%, para US$ 4,91 por barril de petróleo equivalente (boe, na sigla em inglês), sem levar em consideração a participação do governo. Com a participação do governo, o “lifting cost” cresceu 25,4%, para US$ 16,11 por boe. Nos campos do pré-sal, o custo de extração de petróleo e gás diminuiu 2,9% no primeiro trimestre, para US$ 2,71 por boe. Nenhum destes números leva em consideração as despesas da Petrobras com afretamento.
O lucro líquido aos acionistas da Petrobras com as operações de refino somou R$ 6,94 bilhões no primeiro trimestre, após prejuízo um ano antes, enquanto no setor de gás e energia o resultado líquido foi positivo, caindo 40,4%, para R$ 558 milhões.
A dívida líquida da companhia ao fim do primeiro trimestre encolheu 20,1%, para US$ 58,424 bilhões, o que equivale a 2,03 vezes.o ebitda ajustado em dólar acumulado pela Petrobras num período de 12 meses. Um ano antes, este índice era de 2,15 vezes.
Os resultados da Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) referente suas operações do primeiro trimestre de 2021 foram divulgados no dia 13/05/2021. Confira o Press Release completo!
Teleconferência
A Petrobras declinou de comentar, na entrevista coletiva com jornalistas, sobre as declarações do presidente Jair Bolsonaro, de que está trabalhando com a nova gestão da estatal para que os preços do gás de botijão sejam reduzidos.
Durante a teleconferência, o novo diretor de comercialização e logística da estatal, Cláudio Mastella, afirmou que a companhia continuará buscando o alinhamento dos preços dos combustíveis ao mercado internacional, como prevê a atual política de precificação da companhia, e que a estatal se mantém com “liberdade e independência” na definição de seus preços.
“Estamos trabalhando com o novo presidente da Petrobras [Joaquim Silva e Luna] em como diminuir o preço do botijão de gás na origem. Hoje está em R$ 42, dá para diminuir”, afirmou.
O Valor e outros veículos encaminharam questionamentos à assessoria de imprensa, solicitando maiores esclarecimentos dos diretores presentes no evento – Silva e Luna não participou.
As perguntas, no entanto, não foram colocadas em pauta. Nas entrevistas coletivas da Petrobras, as perguntas são encaminhadas pelos jornalistas por escrito e lidas, oralmente, pela equipe de assessores.
Posteriormente à coletiva, a assessoria de imprensa esclareceu que não comentará as falas do presidente Jair Bolsonaro.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
Os analistas destacaram que a nova gestão da empresa transmitiu uma mensagem positiva de continuidade em sua teleconferência, especialmente no que diz respeito à política de dividendos e vendas de ativos.
“Pelo valuation atual, vale a pena correr o risco, em nossa visão. Uma vez e se as ações se aproximarem de R$ 35, o risco eleitoral de 2022 começará a pesar mais sobre a relação risco / recompensa; portanto, achamos que a hora de comprar é agora”, avaliam os analistas Vicente Falanga e Gustavo Sadka.
Os analistas apontam que, apesar da mensagem de continuidade, os reajustes nos preços dos combustíveis devem ser menos frequentes olhando para a frente. “Acreditamos que há uma chance de que os preços do petróleo cheguem a US$ 80 o barril no terceiro trimestre, uma vez que os estoques da OCDE diminuam rapidamente. Nesse caso, acreditamos que a Petrobras não ajustará os preços com tanta agilidade como o mercado desejaria, levando potencialmente a alguma frustração”, apontam.
Bradesco BBI tem recomendação de compra e eleva preço-alvo dos ativos PETR4 também foi elevado de R$ 32,00 para R$ 35,00…
Itaú BBA
Na sexta, vale destacar, o Itaú BBA elevou a recomendação para a Petrobras de neutra para outperform, com preço-alvo de R$ 38 para os ativos PN…