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A volta dos investimentos em renda fixa

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O movimento de elevação gradual da taxa básica de juros (Selic), iniciado pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) em 17 de março, fez com que os investidores voltassem novamente a atenção para as aplicações de renda fixa.

O cardápio de opções é vasto, com vários tipos de prazos e indexadores, e inclui siglas como CDBs, LCIs, LCAs, CRIs e CRAs. Abaixo, você vai entender o que significa cada uma delas. Mas, primeiro, é importante alertar:  manter uma parcela dos investimentos em renda fixa é e sempre foi uma estratégia fundamental de preservação de patrimônio, independente de a taxa de juros estar mais baixa ou mais elevada.

Mas que percentual do patrimônio deve ser direcionado à renda fixa? Depende. E cada caso é um caso. É preciso avaliar o perfil do investidor e seus objetivos. Em geral, quanto mais conservador, maior a parcela que deve ser direcionada à renda fixa. Na outra ponta, quanto mais agressivo, maior a parcela que pode ser alocada em renda variável, como ações e fundos multimercado.

Como estratégia de preservação do patrimônio e reserva para emergências, sugere-se que seja direcionado de 30% a 40% de suas aplicações para a renda fixa, mesmo em se tratando de investidor jovem e bem ousado, que já tenha construído um patrimônio significativo.

Renda fixa X renda variável

As aplicações de renda fixa são mais conservadoras. Isto porque não expõem o investidor a grandes riscos e, muito raramente, geram retornos negativos. Já as aplicações de renda variável, como as ações, são consideradas mais agressivas. Elas podem gerar retornos maiores, mas estão mais sujeitas à volatilidade, ou seja: o valor varia dia a dia, para baixo ou para cima, conforme eventos econômicos nacionais, internacionais ou o resultado das empresas que compõem a carteira. Desta forma, podem inclusive gerar prejuízo em relação ao valor investido.

Você já ouviu falar da Teoria de Portfólios de Markowitz? Esta teoria serve como base para gestores de recursos do mundo inteiro cuidarem da alocação de carteira de seus clientes, calibrando risco e retorno. Criada nos anos 50 por Harry Markowitz, considerado o pai das finanças modernas, esta teoria pode ser resumida em uma frase simples: não colocar todos os ovos em uma mesma cesta. Em 1990, Markowitz foi reconhecido e ganhou o Prêmio Nobel de Economia. E, até hoje, sua tese é utilizada por grande parte dos gestores de recursos em todo o mundo.

Uma carteira ideal de investimentos deve conter, preferencialmente, várias classes de ativos. Por isso, as aplicações de renda fixa são e sempre continuarão sendo essenciais a um bom portfólio, mesmo em períodos de juros baixos.

Entenda a “sopa de letrinhas”

A aplicação de renda fixa que todos nós conhecemos desde crianças é a caderneta de poupança. Mas não vamos falar dela, pois a atual fórmula de cálculo de rentabilidade desta aplicação em específico, não tem protegido os investidores sequer da inflação. Isto significa que o dinheiro aplicado na poupança vai perdendo seu poder de compra mês a mês.

O que nem todos sabem é que existem aplicações tão seguras quanto a poupança, mas que são capazes não apenas de preservar o poder de compra do dinheiro investido, mas devolvem rentabilidade real. Vamos a elas?

O que é CDB?

Certificado de Depósito Bancário é um título emitido por instituições financeiras para captar recursos de investidores. A instituição captadora pode utilizar os recursos da forma que quiser e, em geral, usa o dinheiro em linhas de crédito (empréstimos). Os CDBs podem ser prefixados, pós-fixados ou híbridos e, como as demais aplicações que explicaremos a seguir, costumam ser indexados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário, que é a taxa de juros das transações entre os bancos) ou índice de inflação (o mais utilizado é o IPCA). A rentabilidade paga Imposto de Renda, sendo que o próprio banco é responsável por fazer o recolhimento à Receita Federal. Tem a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o limite de R$ 250 mil.

O que são LCIs e LCAs?

LCIs e LCAs são as Letras de Crédito Imobiliário e Letras de Crédito Agrícola. São parecidas com os CDBs, mas o banco não pode utilizar os recursos como quiser. No caso das LCIs, o dinheiro é aplicado em projetos imobiliários. No caso de LCAs, em projetos agrícolas. E, para incentivar a captação de recursos, pois esse tipo de projeto gera milhares de empregos, o governo decidiu isentá-los de Imposto de Renda. Isto mesmo: a rentabilidade é todinha para você. Também têm a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

O que são CRIs e CRAs?

CRIs e CRAs são os Certificados de Recebíveis Imobiliários e Certificados de Recebíveis do Agronegócio. Como as LCIs e LCAs, os recursos também só podem ser destinados a projetos imobiliários ou agrícolas. Podem ser pulverizados ou direcionados a um único projeto. Exemplo: quando você aplica em um CRI de uma determinada incorporadora imobiliária, já sabe que os recursos irão para a construção, por exemplo, de um novo edifício, um galpão logístico ou até um novo hospital. Já quando o CRI é pulverizado, significa que os recursos são distribuídos entre diversos tomadores. Por não contar com a cobertura do FGC, são considerados de maior risco do que LCIs e LCAs. Em compensação, costumam oferecer rentabilidade maior. Em tempo: CRIs e CRAs também são isentos de Imposto de Renda e Imposto sobre Operações Financeiras.

E como essas aplicações rendem?

Para todas as aplicações descritas acima, na data da contratação o investidor já sabe qual o parâmetro da rentabilidade prometida. Esta rentabilidade varia de banco para banco e conforme o prazo: quanto maior o prazo, maior a rentabilidade. Os bancos menores, como os digitais, costumam oferecer melhores taxas para os investidores.

Os títulos podem ser prefixados, pós-fixados ou híbridos. No caso dos prefixados, a rentabilidade total já é definida na data de aplicação. Por exemplo: 7% a.a. Se você aplicou R$ 100, pode fazer a conta e saber que, ao fim de um ano, terá R$ 107. As aplicações prefixadas, porém, só valem a pena em um ambiente de juros ou inflação em queda. No exemplo hipotético acima, se a inflação anual chegar a 8% o investidor não terá conseguido rentabilidade alguma. Ao contrário: terá perdido poder de compra.

No atual cenário, com inflação e taxa de juros em alta, a melhor estratégia para preservar o poder de compra e ainda conseguir rentabilidade é optar pelos pós-fixados, que são atrelados a um índice, ou ainda aos investimentos híbridos, que parte de seu rendimento atrelado a um índice, mais uma taxa como “prêmio”.

Três exemplos:

  • Prefixado: CDB prefixado 1 ano do Banco Bari com rentabilidade de 7,6% a.a.: quer dizer que, no prazo de vencimento, o investidor receberá seus recursos acrescido de 7,6% ao ano sobre seu capital investido.
  • Pós-fixado: LCIs com vencimento em 3 ou 6 meses do Banco Bari, ambas com rentabilidade de 125% CDI, onde sua rentabilidade varia de acordo com a oscilação do seu indexador.
  • Híbrido: CDB IPCA + 2 anos, com parte da sua rentabilidade atrelada ao indexador IPCA, mais 3,7%a.a. oferecido pelo banco.

Em geral, quanto maior o prazo de aplicação, maior a rentabilidade. É importante verificar este prazo, pois o investidor que precisar sacar antes do vencimento não recebe o rendimento. Uma alternativa para aquele dinheiro de emergência, que você pode precisar a qualquer momento, é CDB liquidez diária do Banco Bari, com rentabilidade de 110% CDI, em que o consumidor tem a possibilidade de sacar o seu dinheiro sempre que houver necessidade.

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