A Petrobras (BOV:PETR3) (BOV:PETR4) captou no mercado de dívida externa pela primeira vez este ano e desde a troca no comando da petroleira, o que causou enorme turbulência nos papéis da empresa na ocasião e outros títulos de dívida brasileira. Mas, ao apresentar sua operação nesta quarta-feira, a companhia viu uma demanda que chegou a perto de US$ 10 bilhões para novos bonds de 30 anos.
Com isso, levantou US$ 1,5 bilhão com a emissão desses papéis, oferecendo aos investidores um retorno (yield) de 5,75% e um cupom a ser pago anualmente de 5,5%, o menor de todas as emissões feitas nesse prazo, inclusive quando ainda tinha o grau de investimento. Até aqui, o bond de 30 anos com menor cupom, de 5,625%, havia sido emitido em 2013. O cupom corresponde ao custo anual do papel para a companhia.
Os recursos serão utilizados para recomprar até US$ 2,5 bilhões em bonds com vencimentos em 2024 a 2050. O sócio da gestora Octante Capital, Laszlo Lueska, observa que a Petrobras está priorizando a recompra de bonds 2050, para suportar um bom nível de taxa nos novos bonds 2051. Ou seja, ao recomprar bonds 2050, a companhia criou demanda pelos novos papéis, diz ele. “Foi uma estratégia muito bem feita”, ponderou.
Ele comentou também que a demanda, que havia chegado a mais de US$ 9 bilhões, caiu ao final para US$ 7 bilhões, depois que a companhia revisou a ideia inicial de retorno (yield) de 6,25% para 5,80%.
A emissão está sendo coordenada pelo Bank of America (BofA), pelo Goldman Sachs, Itaú BBA, MUFG, Santander e UBS.
De acordo com o comunicado divulgado pela Petrobras, a ideia é recomprar os bonds com vencimento em 2050, que pagam juro de 6,750%, e dos quais existem US$ 1,467 bilhão em circulação no mercado; bonds 2030 que pagam juro de 5,093% com US$ 3,06 bilhões em circulação no mercado; bonds 2024 (juro de 6,250% e US$ 774,4 milhões em circulação); bonds 2025 (5,299% e US$ 1,061 bilhão em circulação); bonds 2049 (6,9% de juro e US$ 1,743 bilhão em circulação); e bonds 2040 (6,875% de juro e US$ 983 milhões em circulação).
Lucro líquido de R$ 1,17 bilhão no 1T21, revertendo prejuízo
O lucro líquido aos acionistas da Petrobras somou R$ 1,17 bilhão no primeiro trimestre, após prejuízo um ano antes. O resultado foi R$ 58,7 bilhões inferior ao quarto trimestre do ano passado, refletindo o impacto da variação cambial no resultado financeiro devido à desvalorização do real frente ao dólar e às reversões de impairment e dos gastos passados com o plano de saúde, ambos ocorridos no trimestre anterior.
A receita líquida cresceu 14,2%, para R$ 86,17 bilhões, em base de comparação anual e foi 4,9% superior ao quarto trimestre, devido, principalmente, à valorização de 38% nos preços do Brent.
O lucro recorrente, que desconta dos resultados eventos que melhoraram ou pioraram o resultado da empresa e não devem se repetir em outros períodos, somou R$ 1,45 bilhão, impactado pelo efeito da depreciação do real sobre a dívida.
O ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – somou R$ 49,53 bilhões, após resultado negativo de R$ 29,682 bilhões no primeiro trimestre de 2020. Em termos ajustados – que excluem da conta participações em investimentos, reavaliações nos preços de ativos, resultados com desinvestimentos e realização dos resultados por venda de participação societária -, o ebitda aumentou 30,5%, para R$ 48,949 bilhões.
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