O Hospital Mater Dei anunciou a aquisição do Grupo Porto Dias. O Conselho de Administração da companhia aprovou a celebração do contrato por meio do qual a companhia passará a ser titular de ações representativas de 70% do capital social do grupo Porto Dias.
O fato relevante foi feito pela empresa (BOV:MATD3), nesta terça-feira (06). Confira o comunicado na integra.
“Esta aquisição é o primeiro passo do Mater Dei na execução de sua estratégia de crescimento inorgânico com a criação de um hub regional no Norte do País, consolidando ativos referência de qualidade nas regiões de atuação”, explicou a empresa por meio um fato relevante.
O Grupo Porto Dias foi fundado e gerido com excelência pela Família Porto Dias por quase 30 anos, se tornando a maior rede hospitalar privada e a marca referência de qualidade assistencial na Região Norte do Brasil, sendo acreditada pela JCI, QMentum e ONA III. O Grupo Porto Dias é reconhecido por possuir um parque tecnológico para procedimentos de alta complexidade com diversos equipamentos de última geração.
O Hospital Mater Dei assumiu a obrigação de pagar o valor de R$ 800 milhões em caixa e emitir 27.272.728 ações, representativas de 7,1% do capital social total e votante do Mater Dei, em favor dos atuais acionistas do Grupo Porto Dias, que terão restrições de liquidez (lock-up) específicas acordadas entre as partes.
A dívida líquida do Grupo Porto Dias é próxima de zero. Além da aquisição inicial da participação de 70% do Grupo Porto Dias, a Operação inclui também termos e condições para a aquisição/venda futura dos 30% de participação remanescentes da Família Porto Dias a um desconto de 20% do múltiplo que o Mater Dei estiver avaliado em bolsa à época.
O Grupo Porto Dias possui ativos relevantes em localizações estratégicas em Belém – PA, com 2 unidades hospitalares (Hospital Porto Dias e Porto Quality) e 2 unidades de diagnóstico. Ao todo, são 592 leitos operacionais previstos para 2022, sendo 388 já operacionais e 64 em construção no Hospital Porto Dias, além de 140 leitos no Porto Quality, cuja infraestrutura já está pronta. O Porto Dias opera com ocupação acima de 80% e possui diversas avenidas bem definidas de crescimento.
VISÃO DO MERCADO
BTG Pactual
O BTG Pactual afirmou que a compra da Porto Dias pelo Mater Dei foi positiva e mostra que a rede hospitalar mineira está investindo bem o dinheiro levantado na abertura de capital.
Ontem o Mater Dei anunciou a compra de 70% da Porto Dias, a maior rede hospitalar do Norte do Brasil, com sede em Belém (PA), por R$ 1,25 bilhão, sendo R$ 800 milhões em dinheiro e o restante por meio da emissão de 27,3 milhões de ações (R$ 453 milhões). O negócio ainda inclui uma opção futura para compra dos 30% restantes da Porto Dias.
“Esperamos uma reação muito positiva do mercado”, diz o BTG, que manteve a recomendação de compra das ações da Mater Dei e o preço-alvo em R$ 24.
“Consideramos o movimento positivo por várias razões: Segura um pouco da ansiedade de investidores que esperavam a primeira aquisição da rede após seu IPO, também é positiva pois a Porto Dias representa um novo polo hospitalar na região Norte, além de haver muitas sinergias a serem capturadas”, diz o relatório.
O BTG destacou que o negócio valoriza a equipe altamente experiente do Mater Dei, uma vez que a gestão da Porto Dias permanecerá na operação, enquanto o seu presidente passará a ser membro do conselho da Mater Dei.
Itaú BBA
O banco ressalta que o ativo tem, no momento, 388 leitos em operação, e que deve atingir 592 em 2022. O Mater Dei tem atualmente 624 leitos, e as previsões para fusões e aquisições feitas pelo Itaú são de 300 camas em 2022.
Itaú BBA mantém recomendação de compra, e preço-alvo de R$ 22 para o papel.
Mater Dei (MATD3): lucro líquido de R$ 26,4 milhões no 1T21, alta de 72%
A rede mineira de hospitais Mater Dei encerrou o primeiro trimestre de 2021 com lucro de R$ 26,4 milhões, o que representa uma alta de 72% ante o resultado do mesmo período de 2020.
Foi a primeira divulgação de resultados financeiros feita pela companhia desde a estreia na B3, em 16 de abril.
O ebtida – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – aumentou 68%, para R$ 62,08 milhões.
A receita líquida aumentou 33%, para R$ 226,7 milhões — um recorde, segundo a administração da companhia, que refletiu o aumento de 21% dos leitos no período.
Os custos dos serviços prestados aumentaram 25%, para R$ 137,8 milhões. O principal aumento foi na linha de materiais e medicamentos, que subiu 43,5% em relação ao primeiro trimestre de 2020, devido a uma maior concentração de itens relacionados ao atendimento de pacientes com covid-19.
Os preços de itens como bloqueadores e analgésicos para intubação e equipamentos de proteção individual “foram inflacionados substancialmente durante a pandemia em virtude da escassez de oferta quando comparado à demanda”, diz a administração da Mater Dei em relatório.