Os preços dos contratos futuros de petróleo fecharam em quedas próximas a 2% acompanhando as baixas em todo mundo à medida que os investidores fugiram de ativos de risco depois das ameaças de calote da incorporadora imobiliária chinesa Evergrande Group.
O medo da inadimplência da empresa afetou amplamente as bolsas. A empresa tem uma dívida de US$ 300 bilhões e o mercado pode ser afetado principalmente se houver default sobre os juros dos títulos de crédito. Isso poderia atingir diversas outras áreas, o que traria ainda mais perdas para os investidores.
Com isso, ativos considerados seguros estão sendo os mais procurados, com os juros projetados do título de 10 anos do Tesouro norte-americano caindo 0,6 ponto percentual (pp) para 1,31%.
“O dólar norte-americano é visto como ativo de segurança, então muitos dos investidores correram para a moeda, o que fortaleceu seu preço. O dólar caro associado à aversão pelos riscos foi terrível para o petróleo”, afirmam analistas do ING.
As quedas chegam depois de uma semana de ganhos para a commodity, depois das interrupções na produção no Golfo do México devido a dois furacões recentes. Na sexta-feira, as empresas produtoras tinham apenas 23% da produção de petróleo off-line, ou 422.078 barris por dia (bpd).
As perdas de hoje foram limitadas depois que a Shell disse que espera que uma instalação no Golfo do México fique offline para reparos até o final de 2021 devido aos danos do furacão Ida.
A instalação serve como estação de transferência de toda a produção dos ativos da empresa para os terminais de petróleo em terra.
Analistas estimam que a produção perdida removerá de 200 mil a 250 mil barris por dia (bpd) do suprimento de petróleo do Golfo do México por vários meses. O Golfo contribui com cerca de 16% da produção de petróleo dos Estados Unidos, ou 1,8 milhão de bpd.
Com isso, o preço do contrato do petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para outubro caiu 2,04%, cotado a US$ 70,29 o barril. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para outubro regrediu 1,59%, cotado a US$ 73,92 o barril.