A Boeing (NYSE:BA) disse na quarta-feira (27) que as falhas em seus 787 Dreamliners gerariam US$ 1 bilhão em custos anormais e que cortou a produção para cerca de dois dos aviões por mês, enquanto luta para resolver os problemas de qualidade. Esses problemas levaram a suspender as entregas na maior parte do ano passado.
O fabricante baixou US$ 183 milhões desse valor no terceiro trimestre de 2021.
As vendas melhoraram, no entanto, graças ao aumento nas vendas e entregas de aeronaves. A Boeing disse que sua receita aumentou para US$ 15,28 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 8% em relação aos US$ 14,14 bilhões do ano anterior. Isso ficou abaixo da previsão de analistas de US$ 16,3 bilhões.
A empresa relatou um prejuízo líquido de US$ 132 milhões no trimestre, embora tenha sido menor do que os US$ 466 milhões perdidos no ano anterior.
Em uma base ajustada, a Boeing perdeu US$ 0,60 centavos por ação, mais do que os US$ 0,20 centavos que os analistas esperavam.
“Nosso mercado comercial está mostrando melhores sinais de recuperação com a distribuição de vacinas e protocolos de fronteira começando a abrir”, disse o CEO Dave Calhoun em uma nota à equipe após a divulgação dos resultados.
“Com o retorno da demanda, a capacidade da cadeia de suprimentos e o comércio global serão os principais motores de nossa indústria e da recuperação da economia global”.
O fluxo de caixa operacional da Boeing melhorou para US$ 262 milhões negativos, em comparação com US$ 4,8 bilhões um ano antes.
Resultados
- Resultados ajustados: Uma perda de US$ 0,60 centavos por ação vs uma perda esperada de US$ 0,20 centavos por ação.
- Receita: US$ 15,28 bilhões contra US$ 16,3 bilhões esperados.
A Boeing revelou pela primeira vez problemas de qualidade com costuras nas fuselagens de alguns de seus 787s no ano passado. Os problemas resultaram em inspeções que levaram a Boeing a suspender as entregas dos aviões aos clientes das companhias aéreas, privando a empresa de dinheiro.
As entregas foram retomadas brevemente este ano, mas foram interrompidas novamente em maio para mais inspeções. A Boeing tem cerca de 100 aviões em estoque, estimam analistas. A empresa reduziu repetidamente a taxa de produção dos jatos. Durante o verão, a Boeing disse que estava produzindo menos de cinco 787s por mês.
“A empresa espera continuar nesse ritmo até que as entregas sejam retomadas e, em seguida, retornem a cinco por mês ao longo do tempo”, disse a empresa em um comunicado.
A Boeing está mergulhada em crises consecutivas desde o primeiro de dois acidentes fatais de seu 737 Max, três anos atrás. Enquanto lutava com um encalhe de 20 meses dos aviões, a pandemia de coronavírus dizimou as viagens e a demanda de aeronaves.
A empresa entregou 62 unidades de 737s no trimestre, a maior quantidade desde o primeiro trimestre de 2019, disse Calhoun. Ela está produzindo 19 aviões Max por mês, ante 16 em julho. Ele manteve a previsão de aumentar a produção para 31 por mês no início de 2022.
As ações da empresa haviam perdido 2% até agora este ano até o fechamento de terça-feira, em comparação com um ganho de 22% no S&P 500.
As ações BA subiram 0,5% nas negociações da manhã de quarta-feira (27), após a divulgação dos resultados.
A Boeing também é negociada na B3 através do ticker (BOV:BOEI34).
Os executivos da Boeing enfrentarão perguntas de analistas em uma teleconferência às 11h30 (horário de Brasília) na quarta-feira.