Alexandre Birman está ensaiando o que pode ser sua maior ofensiva em vestuário. A Arezzo abordou o Grupo Soma para uma aquisição da companhia, apurou o Pipeline. O namoro já vem ocorrendo nos últimos meses, em diferentes temperaturas, mas agora deve ser discutido em conselho da companhia alvo, disseram três fontes.
Como as demais operações do grupo Arezzo (BOV:ARRZ3), um eventual negócio se daria em boa parte por troca de ações com fração menor em caixa, numa movimentação ousada considerando que o Soma é maior em bolsa do que a proponente. Arezzo vale R$ 7,7 bilhões e Soma é avaliado em R$ 11,25 bilhões.
As conversas são preliminares e podem não avançar, disseram as fontes. A ação do Soma sobe mais de 5% hoje e acumula alta de 7,6% no ano. A ação da Arezzo, que está subindo 1,3% no dia, acumula alta de 13,2% no ano. Ambas estão desalavancadas.
Os controladores do Soma tem 37,62% das ações da companhia, num acordo de acionistas entre os fundadores das marcas, sendo a maior posição individual da família Jatahy. As gestoras Opportunity, Atmos e Verde têm pouco mais de 5% cada. Na Arezzo, os Birman têm 45,84% do capital. Na composição rascunhada, Birman se manteria como controlador, disse uma fonte.
A depender da recepção inicial, o conselho do Soma pode recusar abrir um diálogo sobre o assunto ou dar sequência e discutir com os acionistas. O desenrolar será curioso uma vez que a Arezzo tentou amarrar a aquisição da Hering este ano e a varejista acabou fechando negócio com o Soma, que apareceu depois. Fabio Hering assumiu recentemente como chairman do grupo de vestuário.
Nesse segmento, a Arezzo já comprou a Reserva e Baw, e Birman já vinha deixando claro que continua buscando M&A em vestuário. Três bancos estão envolvidos nas conversas.
Arezzo divulga hoje seus resultados do terceiro trimestre e o Grupo Soma, no dia 11.
Informações Pipeline