A Arezzo registrou lucro líquido de R$ 77,5 milhões no terceiro trimestre de 2021. No critério ajustado, o lucro foi de R$ 82 milhões, crescimento de 193% em relação ao registrado no mesmo período em 2020.
Segundo a empresa, o resultado foi impactado positivamente pela performance operacional da Arezzao&Co e pela incorporação da AR&CO, mas negativamente pelo aumento das despesas financeiras, resultante da maior alavancagem.
A receita líquida da fabricante e varejista cresceu 87%, para R$ 777,95 milhões. Esse valor também é 76,5% superior ao mesmo período de 2019, quando não havia pandemia.
A margem bruta da companhia ficou em 52,2%, uma expansão de 670 pontos base, mesmo com a alta de custo de matérias primas. Segundo o CEO da companhia, Alexandre Birman, a manutenção de margem foi possível pois a empresa tem mais flexibilidade no uso de insumos.
“Arezzo tem a estratégia de ser outsourcing (terceirização). Temos 90% da produção em outsourcing. Entretanto, nós controlamos o processo de pesquisa e desenvolvimento de produto. Somos proprietários do software do calçado: a forma, o salto e a designação das matérias primas. Trabalhando com uma quantidade maior de matérias primas, nós conseguimos substituir e ter mais flexibilidade nessa questão de custo”, afirma.
Ele conta, por exemplo, que enquanto o preço do couro de boi tradicional subiu 60% nos últimos 12 meses, a empresa migrou para um tipo de couro feito de cabras e animais mestiços, que teve manutenção dos custos em relação ao ano passado. Além disso a companhia migrou a produção que era exclusivamente no Rio Grande do Sul, para outros estados do Brasil, com maior oferta de mão de obra.
O ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ficou 88% maior, chegando a 118,6 milhões. Se considerado o valor ajustado, que inclui créditos ficais e lucro bruto proveniente de amortização de mais valia dos estoques do grupo Reserva (adquirido em 2020), o Ebitda foi de R$ 125 milhões.
Além disso, as vendas omnicanal tiveram receita total de R$ 206 milhões, em um período de bastante dificuldade, por conta das restrições estatais que buscavam conter o avanço da covid-19.
A participação total dos apps da empresa na receita foi de 25%, cinco vezes mais do que no mesmo período de 2020.
Os resultados da Arezzo (BOV:ARZZ3) referente suas operações do terceiro trimestre de 2021 foram divulgados no dia 04/11/2021. Confira o Press Release completo!
Ainda no radar, a empresa esclareceu que, em atenção às notícias veiculadas na mídia sobre uma possível compra do Grupo Soma (SOMA3), não assinou qualquer proposta de negócio junto ao referido grupo.
Segundo o jornal Valor, um eventual negócio se daria em boa parte por troca de ações com fração menor em caixa, numa movimentação ousada considerando que o Grupo Soma é maior em bolsa do que a proponente. Arezzo vale R$ 7,7 bilhões e Soma é avaliado em R$ 11,25 bilhões.
Já o Grupo Soma esclareceu à B3 a oscilação de suas ações na véspera, destacando que avalia continuamente oportunidades de aquisição de empresas ou de ativos que possam contribuir para os seus objetivos de longo prazo. “Entretanto, a estratégia de desenvolvimento não compreende, na presente data, qualquer movimento envolvendo a Arezzo”, apontou.
VISÃO DO MERCADO
Credit Suisse
O Credit Suisse destaca que a empresa tem fatores que podem impulsionar resultados positivos por conta de consolidação orgânica e inorgânica; capacidades em e-commerce e omnichannel; um balanço de resultados com tendências saudáveis de lucratividade em meio a um cenário macro mais desafiador. Todos estes pontos tornam o Credit otimista quanto à empresa.
Credit Suisse mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 110,00…
∗ Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters