A Porto Seguro registrou aumento de 30,8% no lucro líquido do quarto trimestre de 2021 frente ao mesmo período de 2020, para R$ 532,8 milhões. Mesmo assim, o resultado acumulado do ano passado recuou 8,5% para R$ 1,544 bilhão.
Segundo a empresa, esse resultado foi obtido após ganhos de R$ 241,0 milhões, referentes à reversão de IR e CSLL sobre depósitos judiciais.
O resultado financeiro atingiu R$ 468 milhões em 2021 e R$ 138 milhões no trimestre. A rentabilidade das aplicações financeiras (ex-previdência) foi equivalente a 184% do CDI no ano, favorecida principalmente pelo desempenho dos títulos indexados à inflação, e a 93% do CDI no trimestre, impactada principalmente pelos ativos de renda variável.
O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE, na sigla em inglês) atingiu 12,9% no trimestre, baixa de 5,4 pontos percentuais na comparação com igual etapa de 2020.
A receita atingiu R$ 21,5 bilhões em 2021, considerada recorde, dos quais R$ 6 bilhões no último trimestre, com crescimentos anuais de, respectivamente, 13,2% e 13,6%.
“Foi um quarto trimestre bem especial para nós”, disse Santos. “O nome do jogo na Porto tem sido crescimento”, aponta o CEO. “O crescimento ocorreu em praticamente todas as verticais de negócios. Alcançamos 11,7 milhões de clientes no fim de 2021 e estamos no rumo para cumprir a meta de dobrar nossa base até 2025.”
Na vertical Seguros, a companhia atingiu R$ 14,9 bilhões em prêmios emitidos em 2021 e R$ 4,2 bilhões no quarto trimestre, com desempenho favorecido pela fidelização e expansão na base de clientes através de soluções segmentadas para os diferentes perfis de consumidores.
No seguro Auto, tivemos um incremento de 311 mil veículos em 2021, encerrando o ano com 5,8 milhões de veículos segurados, além de 4,2 milhões de pessoas cobertas pelos nossos seguros de Vida e 2,6 milhões de apólices vigentes nos seguros Patrimoniais.
Na vertical Saúde, seguimos acelerando as receitas, que atingiram R$ 2,0 bilhões em 2021 e R$ 597 milhões no quarto trimestre. Encerramos o ano com 349 mil (+28,8% vs. 2020) vidas cobertas pelo Seguro Saúde, o maior patamar dos últimos 8 anos, com um incremento de 78 mil vidas em 2021, proveniente da manutenção de elevadas taxas de renovação e de um aumento consistente no número de novas vendas.
A vertical Negócios Financeiros atingiu R$ 3,5 bilhões de receita em 2021 e R$ 1,0 bilhão no quatro trimestre, e também segue crescendo em ritmo acelerado, com a carteira de crédito atingindo R$ 13,3 bilhões de saldo ao final de 2021, crescimento de 33% no ano, alavancado principalmente pela operação de Cartão de Crédito e Financiamento, através de iniciativas bem sucedidas de vendas e de uma estratégia eficaz de gestão de crédito.
A vertical Serviços atingiu R$ 350 milhões de receita em 2021 e R$ 95 milhões no 4T21, decorrente principalmente da evolução dos negócios do Carro Fácil, que atingiu 10 mil contratos ativos ao final do ano, e pelo crescimento dos serviços de assistência Porto Faz e Reppara!, que juntos aumentaram a receita em 36% em 2021.
No consolidado de todos os negócios de seguros, encerramos o ano com um Índice Combinado de 94,9%, permanecendo 1,1 p.p. abaixo da média dos últimos 10 anos.
A sinistralidade total ficou em 57,2% no 4T21, alta de 7,7 pontos percentuais na comparação ano a ano. Já a inadimplência total subiu 0,9 p.p., atingindo 5,3% no trimestre.
Em 2021, a sinistralidade registrada (53,2%) foi a segunda melhor marca dos últimos 10 anos. O desempenho é reflexo da redução da mobilidade no primeiro de semestre e de uma boa gestão dos modelos de precificação, subscrição de riscos e custo dos sinistros, que são ajustados de forma dinâmica paras e adequar rapidamente à variação da sinistralidade.
A sinistralidade total dos produtos patrimoniais e de transportes recuou 4,8 p.p.no trimestre, explicado principalmente pela melhora no seguro Empresarial, devido a menor ocorrência de sinistros de grande porte, reflexo do refinamento na política de subscrição de riscos.
Já a sinistralidade consolidada do Auto atingiu 61,6% no 4T21, impactada principalmente pelo aumento nos custos de indenização e reparos, em decorrência da inflação de peças e do forte aumento no preço dos carros (provocado pela interrupção da cadeia produtivadas montadoras), além do retorno da mobilidade para os níveis pré-pandemia.
A carteira de crédito total atingiu R$ 13,3 bilhões (+32,9% vs. 4T20), com aceleração positiva tanto na carteira de Cartão de Crédito quanto na carteira de Financiamentos.
No Cartão de Crédito, a carteira atingiu R$ 10,7 bilhões ao final do 4T21, apresentando crescimento anual de 34,4% (vs. 4T20). Na operação de empréstimos e financiamentos, a carteira alcançou R$ 2,6 bilhões ao final do trimestre, tendo dobrado de tamanho em dois anos e meio. No comparativo trimestral, a expansão foi de sólidos 27,2% (vs. 4T20).
Destaque para as carteira de financiamento de veículos, capital de giro e empréstimos pessoais que sustentaram este crescimento mesmo com uma política de crédito mais conservadora, reforçando o diferencial da empresa em prover soluções integradas para seu ecossistema.
As despesas totais cresceram 7,6% entre outubro e dezembro do ano passado, para R$ 928,8 milhões.
Os resultados da Porto Seguro (BOV:PSSA3) referentes suas operações do quarto trimestre de 2021 foram divulgados no dia 07/02/2022. Confira o Press Release completo!
VISÃO DO MERCADO
BTG Pactual
A Porto Seguro divulgou seus números do 4º trimestre ontem à noite, registrando um resultado recorrente ligeiramente abaixo do esperado de R$ 296 milhões (13% ROE), 6% acima do consenso, alta de 43 % t/t e queda de 27% a/a.
Houve também um impacto não recorrente de R$ 241 milhões no lucro tributável, elevando o lucro líquido GAAP para R$ 533 milhões no 4T. No entanto, a taxa de imposto normalizada ainda era anormalmente baixa e teríamos errado ainda mais nossa estimativa caso excluíssemos essa taxa, já que os lucros antes dos impostos ficaram 24% abaixo do nosso número.
A principal diferença entre o resultado e nossa estimativa decorreu principalmente de resultados financeiros fracos e da sinistralidade de automóveis. Pelo lado positivo, o crescimento em prêmios emitidos e receita de serviços financeiros foi decente e vimos uma sólida melhora no segmento de saúde.
Continuamos positivos em relação a capacidade de geração de resultados em 2022, pois esperamos que os fatores negativos deste trimestre se dissipem gradualmente ao longo do ano.
O resultado financeiro recorrente foi de R$ 138 milhões, 39% abaixo da nossa estimativa, principalmente devido ao desempenho mais fraco do investimento em ações, embora as alocações de ativos atreladas à inflação tenham contribuído positivamente.
Apesar de encolher 54% a/a, os resultados financeiros ainda reverteram o prejuízo registrado no último trimestre.
No futuro, a grande escala do Porto e os preços mais altos de veículos e seguros devem ajudar a aliviar sua taxa de sinistralidade. E os resultados financeiros também devem melhorar, beneficiando-se de uma base comparativa mais favorável, principalmente com a taxa Selic média bem mais alta pela frente.
Além disso, a Porto poderia enfrentar uma dinâmica muito melhor no 2S22 do que a maioria das empresas brasileiras listadas. Portanto, apesar do difícil momento do curto prazo, após a queda recente das ações, vemos PSSA3 mostrando um bom ponto de entrada para aqueles com um horizonte de investimento de 12 a 18 meses.
BTG Pactual tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 32,00…
Genial Investimentos
A Porto Seguro apresentou um lucro líquido recorrente de R$ 296m no 4T21, uma queda de 27,2% a/a e crescimento de 43,4% t/t. O resultado veio 17,2% acima das nossas expectativas e em linha com expectativas do mercado.
]Contudo, como já esperávamos, na nossa avaliação o desempenho de forma geral não foi forte, tendo em vista que crescimento t/t se deve principalmente a redução da alíquota efetiva de imposto para 2% (28,6% no 4T20 e 39,7% no 3T21).
O lucro antes do imposto caiu 47% a/a e 12% t/t. Mas a surpresa positiva veio de uma reversão favorável de IR e CS constituídos sobre as receitas de atualizações de depósitos judiciais tributários no valor líquido de R$ 241m, fazendo com que o lucro reportado contábil saltasse para R$ 532,8m, gerando um crescimento de 31% a/a e 787% t/t.
Para 2022, estamos otimistas com a teses de investimento, acreditando em uma recuperação gradual das linhas de seguro (vida e auto) e de uma melhora substancial do resultado financeiro.
Mesmo com resultado fraco no trimestre seguimos otimistas com Porto.
A expectativa por um resultado fraco do 4T21, parcialmente reportada pela Susep (órgão regulador) fez com que a ação ficasse descontada.
Dentre as razões para estarmos otimistas com a performance da ação estão: melhores receitas financeiras com elevação substancial da Selic média (11,23% em 2022e vs. 4,29% em 2021); reprecificação da carteira, que deverá reduzir a sinistralidade em 2022; crescimento de receitas, tanto em seguro auto, como em outras linhas de negócios.
Os fatores elencados contribuem para a nossa expectativa de crescimento de lucro para 2022 e 2023, o que historicamente contribui com a valorização da ação. Dado cenário positivo para 2022, ao valuation de 8,2 x P/L 22, reiteramos a recomendação de COMPRAR para Porto, como Escolha Genial do setor de seguros.
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters