A Arezzo registrou lucro líquido ajustado de R$ 110,52 milhões no quarto trimestre de 2021, o que representou crescimento de 32,8% em relação ao registrado no mesmo período em 2020.
“O resultado foi impactado positivamente pela forte performance operacional da empresa no período de incorporação da AR&CO, e negativamente pelo aumento das despesas financeiras”, afirma a companhia.
A receita líquida somou R$ 1,092 bilhão entre outubro e dezembro do ano passado, alta de 69,6% na comparação com igual etapa de 2020.
O lucro bruto totalizou R$ 590,6 milhões no 4T21, um aumento de 86,8% em relação ao mesmo trimestre de 2020.
A margem bruta foi de 54% no último trimestre de 2021, crescimento de 4,9 p.p. frente ao mesmo período de 2020.
Segundo a companhia, a expansão se deu, principalmente, devido ao aumento da participação do canal lojas próprias na receita total, diretamente relacionado à AR&CO, melhora na margem da operação americanas e maior participação do e-commerce no mix de canais, além de melhora na margem do canal, também influenciada pela AR&CO.
O ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – cresceu 51,6%, totalizando R$ 175,2 milhões. Este foi o melhor Ebitda da companhia em um único trimestre – ultrapassando o recorde alcançado no trimestre anterior. Já a margem Ebitda ajustado atingiu 16% no período, queda de dois pontos percentuais frente a margem registrada no quarto trimestre de 2020.
A companhia explica que o desempenho foi impulsionado pela forte performance de vendas em todas as marcas do grupo, bem como pela aceleração nas vendas dos canais físicos, que registraram crescimento, tanto em sell-out como em sell-in.
As vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) sell-in (franquias) subiram 21,7% no quarto trimestre, expansão de 25,1 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre de 2020.
O SSS sell-out (lojas próprias + web + franquias) registrou avanço de 34,8% no 4T21, crescimento de 45,4 pontos porcentuais na comparação ano a ano.
No trimestre, as despesas gerais e administrativas ajustadas da Arezzo somaram R$ 108,405 milhões, aumento de 104,2% em relação ao mesmo período de 2020. O retorno sobre capital investido (ROIC) ajustado ficou em 22,9% ante 30,1% em 2020.
A dívida líquida da companhia ficou em R$ 272 milhões no final de dezembro de 2021, crescimento de 272,1% em relação ao mesmo período de 2020.
O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 0,5 vez em dezembro/21, aumento de 0,1 vez em relação ao mesmo período de 2020.
Em relação aos investimentos, a companhia aportou R$ 64 milhões, que foram direcionados para abertura de novas lojas, reformas e projetos relacionados à transformação digital.
Os resultados da Arezzo (BOV:ARZZ3) referente suas operações do quarto trimestre de 2021 foram divulgados no dia 10/03/2022. Confira o Press Release completo!
Teleconferência
O presidente da Arezzo, Alexandre Birman, atualizou hoje durante teleconferência com analistas as estratégias de internalização da empresa. Para 2022, a companhia pretende entrar no mercado europeu, pela Itália, ainda de forma leve, mas intensificando em 2023.
Nos Estados Unidos, onde a companhia já tem três centros de distribuição, a expectativa é ampliar as vendas digitais e a base de clientes. “Não apenas o e-commerce da Arezzo, mas também dos parceiros e das lojas de departamentos”, afirmou.
Segundo ele, o foco é o crescimento das lojas físicas de departamento e do ganho de share of wallet. A base de clientes aumentou 71% no 4T21 contra o mesmo período do ano anterior. Para este ano, o objetivo é ultrapassar US$ 100 milhões em vendas nos EUA.
As declarações foram dadas para comentar os resultados do quarto trimestre, quando a Arezzo registrou lucro líquido de R$ 103,9 milhões no quarto trimestre de 2021, crescimento de 32,8% em um ano.
As ações da empresa operam com alta de 0,11%, cotadas a R$ 77,58.
Avenidas de crescimento da Arezzo
Além disso, a Arezzo mapeia avenidas de crescimento orgânicas e inorgânicas. Na esfera orgânica a empresa deve focar na expansão de lojas físicas, ampliação de novas categorias de produtos e marcas, aumento na capacidade de logística e omnicalidade (serão abertos dois novos centros de distribuição em 2022), evolução da plataforma digital e manutenção da capacidade de sourcing, com empresas que podem ser hubs de conexão.
Na campo de crescimento inorgânico, os dois focos são as fusões e aquisições (M&A) e licenciamentos. “Temos avenidas de crescimento em todas as marcas, mas também temos espaços para trazer novas marcas que possam se juntar ao ecossistema para alavancar o crescimento de boas marcas”, segundo Rafael Sachete, diretor vice-presidente corporativo e CFO da Arezzo.
Para 2022, Alexandre Birman prevê um ano de “muitos desafios”, mas também com superação de dificuldades. Ele destaca que o primeiro trimestre de 2022 já deve apresentar resultados positivos.
Sobre 2021, ele destacou que foi um ano de recordes de indicadores e um divisor de águas para a companhia. Isso porque este foi o primeiro ano completo de operação da Arezzo&Co, que incorporou a Reserva em outubro de 2020.
Houve destaque especial para o crescimento das marcas orgânicas, principalmente a Arezzo, e com crescimento acelerado especial no mês de dezembro, durante o Natal.
Alguns números atingidos em 2021 eram esperados para serem alcançados somente neste ano. Um exemplo é a receita do Grupo Reserva, que somou R$ 731 milhões. Agora, para 2022, a expectativa é ultrapassar R$ 1 bilhão.
Integração com Reserva
Ainda sobre a Reserva, Birman disse que deverá ocorrer a finalização da integração das 150 lojas ao grupo Arezzo&Co, trazendo ganhos de escala e benefícios potencializados em 2022.
De acordo com Rafael Sachete, diretor vice-presidente corporativo e CFO, a Arezzo já fez a transição contábil da Reserva. “Agora coletamos os benefícios de ter o mesmo CNPJ e trazendo vantagens de sistemas, logística, estruturação e organização tributária”, afirma.
Vendas online
Outro destaque da empresa foram os canais digitais, que já respondem por um quarto das vendas da companhia. Foram R$ 816 milhões de receita em 2021. A expectativa é de mais de R$ 1 bilhão para este ano.
A empresa quer crescer ainda mais em 2022 e 2023 com o início da operação de novos centros de distribuição e a opção de retirar os produtos na loja. “Esse vai ser um grande foco nosso para 2022”, afirma Alexandre.
A base ativa de clientes online bateu recorde em 2021 e atingiu 3,6 milhões. Do total, 30% da base de clientes faz compras nos canais online, percentual que ainda tem potencial para crescer, segundo a Arezzo.
Os investimentos pesados em banco de dados e CRM, além de marketing digital, são a fórmula da empresa para acelerar a recorrência de clientes, ou seja, manter aqueles que já são clientes. Por outro lado, nos Estados Unidos, o foco é na aquisição de novos clientes, pois as marcas da Arezzo ainda são novas no mercado exterior.
Um dado que mostra como a Arezzo é “multimarca e multicanal”, segundo Alexandre, é a divisão da receita bruta da operação no Brasil. Os quatro segmentos praticamente se dividem em percentuais próximos: 23% é proveniente do web commerce, 28% de franquias, 24% de lojas próprias e 25% de multimarcas.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
O Bradesco BBI comentou que este é outro excelente resultado da Arezzo, com crescimento de cerca de 50% do Ebitda em um trimestre que muitos pares provavelmente reportarão queda nos lucros.
Analistas explicam que parte disso é impulsionado por fusões e aquisições, mas grande parte do crescimento vem do negócio subjacente, que destaca sua resiliência e a força de execução da Arezzo. Apesar dos ventos contrários de um ambiente macro mais fraco, o desempenho da receita da Arezzo provavelmente será resiliente em 2022, como resultado de seu foco em consumidores de alta renda.
Bradesco BBI tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 96,00…
BTG Pactual
Os números da Arezzo no 4T21 foram impactados pela consolidação da Reserva, que ingressou no grupo em dezembro de 2020. As vendas brutas foram de um pouco mais de R$ 1,35 bilhão (crescimento de 136% vs. 4T19 e 2% acima de nossa projeção), ou crescendo 36% excluindo a AR&CO (Reserva e BAW) e Vans.
O forte crescimento foi impulsionado pelas vendas sólidas das novas coleções (especialmente da bandeira Schutz) aliadas à resiliência do canal digital e à aceleração das vendas da bandeira Arezzo. Por marca, a Arezzo registrou vendas de R$ 375 milhões (aumento de 33% em relação ao 4T19), auxiliada por uma melhora no canal de franquias, além de contribuições de extensões de marca (como a Brizza, que respondeu por 8% das vendas totais da bandeira Arezzo).
Enquanto isso, a Schutz registrou vendas de R$ 194 milhões no mercado local (+59% vs. 4T19), um destaque positivo mais uma vez, enquanto as receitas da AR&CO atingiram R$ 343 milhões (aumento de 109% vs. 4T19). Com isso, o canal de franquias da ARZZ cresceu 25% vs. 4T19 (sellin), com destaque novamente para as operações multimarcas e o e-commerce (aumento de vendas de 225% e 305% vs. 4T19, respectivamente).
Excluindo a AR&CO e a Vans, o canal multimarcas cresceu 87% vs. 4T19. Na operação dos EUA, as vendas atingiram R$ 126 milhões, alta de 117% em reais e 54% em moeda constante em relação ao 4T19 (uma grande aceleração em relação aos trimestres anteriores). A empresa também mencionou que o sell-out cresceu 38% a/a em janeiro e 57% a/a em fevereiro deste ano.
Citi
A Arezzo teve um quarto trimestre com resultados robustos e em linha com o esperado, diz o Citi. O banco destaca o consistente aumento das vendas na Arezzo e Reserva no período, superando 20% dos níveis de 2019 em outubro e 40% em dezembro.
“A surpresa, no nosso ponto de vista, é que o desempenho de vendas continua forte mesmo em um cenário de consumo cada vez mais desafiador”, escrevem os analistas liderados por João Pedro Soares.
Eles chamam atenção para a alta de 38% nas vendas em janeiro e 57% em fevereiro, ambas sobre 2021, mostrando que o consumo de alta renda se mantém resiliente mesmo em um momento de crise.
Citi tem recomendação de compra com preço-alvo em R$ 108,00…
Credit Suisse
Já o Credit Suisse destacou que o mercado já estava ciente dos desempenhos de outubro e novembro (+20% e +37% sell-out versus 2019, respectivamente), mas dezembro superou em muito o trimestre (+40%). É importante ressaltar que a empresa indicou que janeiro e fevereiro continuam promissores, por isso esperava uma reação neutra a ligeiramente positiva no pregão de hoje aos resultados.
Neste trimestre, os resultados foram, mais uma vez, sólidos em toda a linha – as marcas adquiridas continuam apresentando números fortes (AR&Co +109% vs 4T19; agora 28,3% das vendas domésticas), enquanto o desempenho relativamente “mais fraco” do sell-in no canal de franquia e marcas orgânicas parece ter revertido completamente, tendo tido o terceiro trimestre consecutivo de clara tendência de alta.
Credit Suisse tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 110,00…
Goldman Sachs
A Arezzo apresentou bons resultados no quarto trimestre de 2021 e dentro das expectativas, com boa performance em lojas próprias e comércio eletrônico, e entra no primeiro trimestre de 20221 com impulso forte, avalia o Goldman Sachs, em relatório.
As vendas da Arezzo cresceram de 70% em base anual, com alta de 52% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado e alta de 35% no lucro líquido, destacam os analistas Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini.
Segundo os analistas, a maior parte do foco é a mudança para as perspectivas em 2022, com os investidores provavelmente encorajados pelas indicações da empresa de aceleração do crescimento das vendas feitas diretamente aos consumidores, o chamado “sell-out”, em janeiro e fevereiro, em alta de 38% e 57% em base anual, ante alta de 41% no quarto trimestre.
Eles destacam o forte crescimento orgânico de receita no quarto trimestre, mais uma vez, com crescimento das marcas refletindo coleções assertivas e fortes vendas de Natal. Já as vendas no comércio eletrônico aceleraram 27% em base anual. Além disso, a maior margem bruta foi impulsionada pela Reserva, Estados Unidos e DTC online, chegando a 54%.
Por fim, os analistas ressaltam que as despesas com vendas como percentual da receita líquida cresceram, principalmente devido aos investimentos no desenvolvimento das marcas, expansão internacional e a crescente importância dos canais digitais.
Goldman Sachs mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 113,00…
Itaú BBA
O Itaú BBA destaca que os resultados da Arezzo no 4T21 ficaram em linha com as expectativas para a receita líquida, com margem Ebitda um pouco abaixo do esperado e lucro líquido ligeiramente melhor.
“Apesar dos excelentes números financeiros (os mais fortes em nossa cobertura de moda, sem dúvida), esperamos que os investidores se concentrem nos próximos resultados. A administração divulgou que o 1T22 começou com um desempenho impressionante na receita, o que é uma notícia relevante para sustentar a avaliação atual da empresa”, avaliam os analistas.
Itaú BBA tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 100,00.
XP Investimentos
A Arezzo reportou resultados fortes no quarto trimestre de 2021 e em linha com as estimativas, com avanço de 70% na receita em base anual, puxado por um sólido crescimento orgânico, combinado ao crescimento inorgânico, diz a XP, em relatório.
Os analistas Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday escrevem que a Schutz foi um destaque dentre as marcas que já faziam parte do portfólio original da Arezzo, enquanto Reserva continua a reportar resultados sólidos, com o digital crescendo 49% em base anual, e a expansão de Vans continua a surpreender positivamente.
Em relação à rentabilidade, destacam os analistas, apesar da margem bruta ter sido beneficiada por mix de canais, com maior participação de lojas próprias e comércio eletrônico, e Estados Unidos, a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) caiu por conta de investimentos para sustentar o crescimento futuro, sendo principalmente nas marcas, operação dos Estados Unidos e digital.
Os analistas ressaltam ainda que novas iniciativas orgânicas e inorgânicas já estão gerando resultados promissores, com BriZZa já representando 8% das vendas de Arezzo, a BAW acumulando vendas de R$ 40 milhões desde sua aquisição em junho de 2021 e a MyShoes contribuindo para aumentar a capilaridade do grupo através da adição de novas portas no canal multimarcas.
Para este ano, os sinais são positivos, diz o relatório, com a Arezzo esperando se tornar uma empresa relevante de vestuário feminino com a Carol Bassi sendo incorporada a partir de 25 de janeiro e já lançando sua primeira linha de calçados, lançamento da Schutz vestuário em abril e Reserva trabalhando em lançar uma linha feminina.
XP mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 110,00…
∗ Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters