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Eletrobras (ELET3): lucro líquido de R$ 610 milhões, recuo de 52%

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A Eletrobras teve lucro líquido de R$ 610 milhões no quarto trimestre de 2021, recuo de 52% ante o ganho de R$ 1,269 bilhão em igual período de 2020, segundo demonstrações financeiras enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Segundo a estatal, o resultado foi impactado positivamente pelo desempenho operacional da Eletrobras, com destaque para o segmento de geração. Outro destaque foi a redução do custo de Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outras despesas (PMSO) em 9%.

Segundo a estatal, o resultado foi impactado positivamente pelo desempenho operacional, com destaque para o segmento de geração. Outro destaque foi a redução do custo de Pessoal, Material, Serviços de Terceiros e Outras despesas (PMSO) em 9%. Por outro lado, as provisões operacionais pesaram negativamente, merecendo destaque a Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa (PCLD) de R$ 1,036 bilhão referente a risco de créditos a receber, pela holding e pela Eletronorte, contra a distribuidora Amazonas Energia, provisão relativa à passivo a descoberto da Santo Antônio Energia de R$ 706 milhões (em adição à perda de R$ 697 milhões em participações societárias para a mesma Sociedade de Propósito Específico).

A receita operacional líquida passou de R$ 9.013 milhões no 4T20 para R$ 11.492 milhões no 4T21, um crescimento de 27%, influenciada pela melhor performance nos contratos bilaterais e maior de receita de liquidação junto à CCEE, com destaque a venda da energia importada do Uruguai. O Ebtida IFRS, no valor negativo de -R$ 299 milhões no 4T20, apresentou crescimento para um montante de R$ 299 milhões no 4T21.

ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – no quarto trimestre de 2021 somou R$ R$ 2,402 bilhões, avanço sobre o resultado negativo de R$ 299 milhões em igual período do ano anterior.

O Ebitda recorrente, que exclui custos e provisões de ativos e planos, subiu 4% no quarto trimestre, para R$ 4,775 bilhões. A margem Ebitda alcançou 21% no período, uma alta de 23,09 pontos porcentuais na base anual, enquanto a margem Ebitda ajustada caiu 22,33 pontos porcentuais, para 28% na mesma base de comparação.

No acumulado de 2021, a Eletrobras registrou um lucro de R$ 5,714 bilhões, redução de 11% em relação ao lucro apresentado no ano de 2020, que foi de R$ 6,387 bilhões. Já o Ebitda em 2021 somou R$ 15,132 bilhões, alta de 56% sobre os R$ 10,487 bilhões reportados em 2020.

De acordo com a companhia, apesar da melhora de 26% da receita bruta, que passou de R$ 35,228 bilhões, em 2020, para R$ 44,431 bilhões em 2021, o resultado de 2021 foi influenciado, negativamente, por provisões operacionais, que teve aumento líquido de R$ 7,519 bilhões, com destaque para o aumento de R$ 10,897 bilhões relativos a empréstimo compulsório.

Por outro lado, os números foram afetados positivamente pela Repactuação do Risco hidrológico, no montante de R$ 4,266 bilhões, decorrente da Resolução Aneel nº 2.932 e 2.919/21/21, que homologou a extensão dos prazos de outorgas de diversas usinas Hidrelétricas da Eletrobras e pela contabilização do resultado do reperfilamento do componente financeiro da Rede Básica do Sistema Existente (RBSE), no valor de R$ 4,859 bilhões.

A dívida líquida recorrente da Eletrobras era de R$ 20,108 bilhões, 1% menor que o visto no mesmo intervalo do ano anterior. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida por Ebitda recorrente, alcançou 1 vez no trimestre, queda de 68% na base anual.

Os resultados da Eletrobras (BOV:ELET3) (BOV:ELET6) referentes suas operações do quarto trimestre de 2021 foram divulgados no dia 21/03/2022. Confira o Press Release completo!

Teleconferência

O presidente da Eletrobras, Rodrigo Limp, disse há pouco que a empresa está acompanhando os encaminhamentos do processo de privatização da companhia junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), e que presta informações à corte de contas toda vez que é solicitada.

Durante teleconferência com analistas, Limp disse que ainda não tem muitas informações sobre quando o TCU deve deliberar sobre o assunto. A avaliação no TCU analisará a modelagem e outras informações relativas ao processo de privatização para que seja realizada ainda neste ano. A expectativa do governo é que ocorra até maio.

“Não temos informação de quando será a deliberação do tribunal e temos prestado as informações que o tribunal solicita”, disse Limp.

O executivo afirmou também que o atraso na divulgação do balanço não afeta o cronograma para a privatização, prevista para 13 de maio, e comentou que ainda existem etapas internas e externas a serem cumpridas até que a oferta seja apresentada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Entre as medidas que a companhia precisa adotar está a publicação do formulário 20-F, que deve ser protocolado até 25 de abril.

Já em relação ao preço mínimo a ser colocado na oferta, ele afirmou que a Eletrobras não tem acesso às tratativas feitas pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o TCU.

Greve

Durante a teleconferência de resultados do quarto trimestre deste ano, Limp disse que a empresa enfrentou duas paralisações, mas que elas já foram suspensas pelos sindicatos e não afetaram nem a divulgação de resultados, nem a operação da empresa.

VISÃO DO MERCADO

Ativa Investimentos

O Ativa Investimentos avaliou os resultados da Eletrobras negativamente, citando que, mesmo com as receitas acima das expectativas, tanto em geração como em transmissão, os custos e despesas operacionais da empresa, corroborados por maiores custos de compra de energia para revenda e provisões, atrapalharam o balanço.

A análise da Ativa aponta que a companhia vendeu 3,9 TWh a menos de energia vs. 4T20. No balanço energético, 32%, 35%, 48% e 61% seguem descontratados para 22, 23, 24 e 25, respectivamente.

Por fim, os analistas apontaram que o pior resultado financeiro foi consequência do aumento de encargos financeiros, aliado ao pior ebitda em função de maiores custos e despesas operacionais. A expectativa da Ativa era de um lucro líquido 73% superior.

BTG Pactual

O BTG Pactual mostrou otimismo em relação à realização da privatização da Eletrobras, se não houver outro contratempo durante o processo no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a cisão da Eletronucelar e Itaipu, ainda há uma chance de que ela ocorra usando os números do quarto trimestre de 2021, lembrando que, para isso, deverá ser precificada antes de 13 de maio.

“Eventuais atrasos do TCU, principalmente uma eventual solicitação de algum de seus juízes de prorrogação para analisar o assunto, poderia comprometer o cronograma. No entanto, estamos otimistas de que processo avançará”, apontaram os analistas, em análise sobre os resultados de 2021 apresentados pela companhia na última sexta-feira (18/3).

O banco destacou que o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 2,24 bilhões reportado pela estatal no 4T21, superou sua expectativa de R$ 2,17 bilhões. O resultado foi impactado por efeitos não recorrentes, entre eles, resultados IFRS na transmissão (R$ 1,193 bilhão), provisões para inadimplência relacionados a empréstimos com distribuidoras privatizadas, principalmente Amazonas Energia (-R$ 970 milhões), provisões para empréstimos compulsórios (-R$ 803 milhões), outras contingências (-R$ 432 milhões) e baixa de elementos de combustível nuclear por oxidação em barras de combustível (-R$ 252 milhões), parcialmente compensado por créditos tributários reconhecidos no Amazonas GT (+R$ 515 milhões) e pelo acordo de repactuação do risco hidrológico (GSF, na sigla em inglês), de R$ 439 milhões.

O relatório do banco afirmou que esses resultados fizeram o ebitda ajustado de R$ 2,558 bilhões superar suas projeções, reflexo de maiores volumes vendidos a preços mais elevados no chamado mercado livre de energia por Furnas, das reversões de provisões relacionadas a energia indisponibilidade da Eletronuclear durante a pandemia, de maiores receitas nas termelétricas da Eletronorte em Amazonas devido aos contratos indexados ao IGP-M, entre outros.

BTG Pactual mantém sua recomendação de compra com preço-alvo de R$ 66,00…

Goldman Sachs

Após reportar os números do quarto trimestre de 2021, a potencial privatização da Eletrobras deve seguir impulsionando o preço das ações no curto prazo, avalia o Goldman Sachs.

Os analistas Bruno Vidal, Flávia Sounis e Pedro Manfredini comentam que a movimentação recente das ações da companhia seguiram, principalmente, notícias relacionadas a privatização.

Eles lembram que, nos últimos desdobramentos, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou a primeira etapa do modelo de capitalização proposto pelo governo federal.

“O próximo passo é a potencial aprovação pelo TCU sobre o modelo da privatização, incluindo a avaliação da empresa e a estruturação da oferta”, diz a equipe do banco.

A meta do governo é concluir a privatização ainda neste semestre, apesar dos desafios impostos pela complexidade do processo.

“Portanto esse pode ser um dos últimos trimestres reportados pela empresa antes da proposta de aumento de capital, o que vemos como um passo importante para o futuro da empresa”, reforçam os analistas.

Goldman Sachs tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 48,00 para as ações ordinárias e de R$ 53,00 para as preferenciais classe B.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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