A incorporadora Tecnisa registrou prejuízo líquido de R$ 58,9 milhões no quarto trimestre de 2021, avanço de 92,1% em relação ao mesmo período de 2020.
A margem bruta continuou negativa no comparativo entre mesmos trimestres, passando de 3% para 11%. No consolidado anual, o prejuízo cresceu 12,1% ante o ano anterior, para R$ 184,7 milhões.
A receita líquida totalizou R$ 17,3 milhões, retração de 53,3%. A margem bruta ajustada encolheu 9,4 pontos porcentuais, para 8,9%.
De janeiro a dezembro, a Tecnisa faturou R$ 140,9 milhões, queda de 19,1% no comparativo anual, refletindo o menor volume de vendas de unidades prontas diante a redução dos estoques disponíveis – além da concentração de lançamentos entre agosto e dezembro, de modo que a companhia não iniciou as obras, deixando de contribuir com as receitas.
O ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado foi negativo em R$ 42,7 milhões no último trimestre do ano passado, uma piora de 316,7% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Já a margem Ebitda ajustado atingiu -246% no período, piora de 218,5 pontos porcentuais frente a margem registrada em 4T20.
O lucro bruto ajustado totalizou R$ 1,5 milhão no 4T21, uma redução de 77,2% em relação ao mesmo trimestre de 2020.
O prejuízo bruto do trimestre é explicado por perdas com rescisão e negociação de contratos com clientes, bem como acordo para pagamento de IPTU em obras entregues que estavam em discussão na esfera administrativa.
A margem bruta ajustada atingiu 8,9% no último trimestre de 2021, baixa de 9,4 de pontos porcentuais na comparação anual.
As despesas gerais e administrativas fecharam o 4T21 em R$ 18 milhões, crescimento de 10% em relação ao 4T20.
A dívida líquida da companhia ficou em R$ 376,9 milhões no final de dezembro de 2021, crescimento de 72,1% em relação ao mesmo período de 2020.
O indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em -58,3% em dezembro/21, uma piora de 30,6 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2020.
Em sua apresentação de resultados, a Tecnisa informou que o prejuízo decorreu de perdas com rescisão e negociação de contratos com clientes, bem como acordo para pagamento de IPTU em obras já entregues, mas cuja cobrança ainda estava em discussão.
A incorporadora também reportou receita menor devido à queda na venda, e à maior participação de unidades na planta (que geram menor faturamento na largada).
Os lançamentos da Tecnisa cresceram 47,9%, para R$ 390,5 milhões. As vendas contratadas recuaram 17,2%, para R$ 92,7 milhões.
A companhia lançou cinco projetos no acumulado do ano, totalizando R$ 843 milhões – o maior volume de lançamentos desde 2013. O volume, entretanto, foi insuficiente para cumprir a meta do biênio 2020-21, atingindo 93% do previsto.
A Tecnisa observou que o ano está marcado por muitas incertezas, como a guerra no leste europeu e seus impactos sobre as cadeias globais de suprimentos, a proximidades das eleições no Brasil e os riscos de novas variantes do coronavírus. Também disse que os últimos meses foram difíceis em virtude dos juros e da inflação mais altos.
Diante desse quadro, a Tecnisa anunciou que fará novos esforços para ganho de eficiência. Ela cita que já houve readequação da estrutura administrativa com redução do quadro de pessoal em cerca de 30% e renegociação de contratos com fornecedores.
A empresa disse esperar um aumento no volume de vendas por meio de reforço das campanhas de marketing e incentivos aos corretores. Também afirmou que segue confiante na continuidade de lançamentos, com destaque para os projetos a serem lançados no Jardim das Perdizes (zona oeste de São Paulo) e na região na Alameda Lorena, bairro Jardins, também na capital paulista.
A Tecnisa tem um projeto aprovado, de R$ 313 milhões, e sete projetos em processo de obtenção do alvará na Prefeitura de São Paulo, que totalizam R$ 1,964 bilhão.
Os resultados da Tecnisa (BOV:TCSA3) referente suas operações do quarto trimestre de 2021 foram divulgados no dia 24/03/2022. Confira o Press Release completo!
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters